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cocatrevisan

2+2=5

Atualizado: 23 de out. de 2021

Este texto pode ser considerado a segunda parte da polifonia diabólica.

Pode ser não, é. Seguimos nas revelações da morte de Chestov, quando ele se refere ao 2+2=4 de Dostoiévski. Para eles, essa equação significa a morte. Diziam os russos que "o homem sempre teve medo de ser 2+2=4, e eu até agora, ainda mais. É verdade que o homem só se preocupa em procurar 2+2=4", disse Dostoiévski.

Para mim, trata-se de garantir a segurança, vivendo o trivial, e seguiriamos até Marte para garantir nossas seguranças, porém o que acontece quando chegamos lá? Quando alcançamos nossos sonhos? Não parece que sentimos medo dessas conclusões? Evidente que 2+2=4 é algo formidável mas sentir que o 2+2=5 está escondido em nosso inconsciente é superar o simples.

É ser teletransportado. E se a razão for para o espaço, talvez o homem racional e sofrido se afaste das leis, muitas vezes infiéis. Sócrates, Mandela e Lula que o digam.

Tenho o dever de se distanciar das classes e instituições controladoras.

Quero combater o 2+2=4 e as evidências. Fazer como Santo Antônio e falar com os peixes, ir além do soldado que segue à risca suas ordens sem compreênde-las e ter a certeza que está "em qualquer profecia que o mundo acaba um dia"(Raul Seixas).

Por isso Dostoiévski é fascinante, seus paradoxos são essenciais, pois como alguém que é contra o czarismo, também condena o comunismo? Suas teses falavam das condições da classe operária já em 1920. Se ele e Chestov se recusam a ficar preso nas malhas racionais, lutemos, então, contra o racional.

Estou pronto para a briga. Eu quero o 2+2=5 e ultrapassar as ordens das castas opressoras.

Sonha Marcelino...ah é? Adoro esse exemplo, imagine falar na Idade Média que máquinas voadoras com 200 pessoas irão atravessar nossos céus. Fogueira para o louco, direto!

Vamos buscar o impossível, já provamos que é possível superar o impossível, será possível...

Quando descobri que 2+2=5 existe, "se viajei na maionese", quero as outras saladas. Ter o discernimento de que posso, sim, eu posso almejar algo superior. Vontade dizem os filósofos. Vontade de poder. Como diz aquele outro, se você continuar fazendo as mesmas coisas, com toda a certeza, os resultados sempre serão os mesmos. Não tem outro jeito. Se eu acreditar, de olhos fechados que 2+2=4, nunca, mas nunca mesmo vou entender o 2+2=5.

E às favas para às tradições, elas também já foram comprovadas que quase todas foram inventadas. Além de tudo e mais um pouco, as paredes e os muros estão por aí para assustar os fracos de espírito. Os construtores de muros sempre estão vigilantes. Sejamos também. Percebem?

Lá vou eu lembrar, relembrar, de novo, mais uma vez da...indústria cultural. Prefiro seguir Dostoiévski e Chestov. E ainda que Chestov não goste de "talvez, se, pode ser", uso tais conceitos por humildade e para forçar o leitor a chegar às suas conclusões.

Os homens parvos e cautelosos até podem serem confundidos como uma pessoa normal, mas não vão, com toda certeza, alcançar o 5, o 5...

Eles são os soldados que não debatem suas razões, não criticam a imposição de comportamentos e as manipulações de pensamentos. Como diria Nietzsche, o espírito livre. Apesar do seu niilismo, Nietzsche gostaria de ver todo cidadão "sair do sofá" e revelar nossa força, muitas vezes massacrada pela opressão. É justamente nesses dias, quando estamos abatidos e tristes, fracos, vendo o céu cinza, que devemos lembrar que 2+2=5.

Visualizar a possibilidade.

2+2=5 já.

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