Que faz parte do passado e do presente com posições sociais antigas e atuais. Entre sacis e fadas, acreditaram no caçador de marajás e seguem líderes que já foram até expulsos de instituições como quartéis.
Quanta incoerência.
São humilhados por ideologias que pasmem, defendem.
Quanta incoerência.
É tão humilhado que não percebe como é doutrinado. Seu desejo não tem origem pessoal. Ele quer o desejo do outro e a identidade do opressor, pois a sua sempre foi humilhada. Ele não consegue mais visualizar seus desejos autênticos. Como quer fazer da elite ou imitar seu ídolo, quer o desejo do outro e se vestir com as sonhadas roupas de "marcas" de seus ídolos.
O humilhado perdeu sua alma, ela foi sequestrada pelas indústrias culturais.
Sua identidade pós-moderna é definitivamente, como diria Bauman, líquida, fácil de rolar para os canos enferrujados dos subsolos.
E fica pior pois o inocente não enxerga o que se passa ao seu redor. Incrível, vive o invisível. Assim como o fabricante não imagina o que o pianista irá tocar. A criação do pianista está fora do seu radar. O construtor realizou sua obra, porém outra surgirá. Como o filósofo Plotino disse, o artesão não vai contemplar a essência, diríamos, definitiva do piano.
Não estou menosprezando o artesão, de forma alguma, apenas desejo demonstrar que de certa forma ele está subjugado ao pianista.
Talvez tenha semelhanças com o subjugado inocente que vive oprimido mas que deseja fazer parte das altas classes, mesmo não vendo com clareza como é manipulado. Acho que viajei...
São tantas situações culturais e econômicas envolvidas nos jogos de poderes, que as culturas massificadas se inserem no cotidiano sem a percepção do oprimido, catequizado e...humilhado.
Como uma criança inocente.
A imagem do "outro" circula em seu semblante, sua ambição gira a sociedade do espetáculo que ele patrocina sendo, humilhado.
Um colonialismo pós-moderno, onde o povo vive com sentimentos inferiores ou ainda, com aquele complexo de vira-lata. Tristes almas.
E o sistema que vem lá de cima é tão sutil que faz o inocente oprimido pensar que faz parte, que está incluído, mesmo vivendo mais fora do que...deixa para lá.
Márcia Tiburi diz que "no que concerne à subjetividade, o colonialismo faria nós sermos aquilo mesmo que não escolhemos ser, mas que seremos necessariamente diante de opressões desde nossos antepassados".
Lembra os processos civilizatórios de Darcy Ribeiro onde vemos que a tecnologia, as questões sociais e culturais, além é claro, de processos ideológicos, determinam arestas impostas sobre o impotente humilhado.
Além de estar em frangalhos, o humilhado aceita e acreditem, apóia.
A justiça desapareceu e o humilhado (que quer ser incluído, não esqueçamos) está abatido e derrotado. Estão submissos, são soldados que obedecem ordens superiores.
A própria Educação está sucateada e não serve mais como instituição de reflexões. Nossa República difere de Platão, onde educação e justiça se abraçam.
Não é por acaso que nosso atual governo faz cortes e mais cortes nas verbas da Educação, um governo que não entende porque o brasileiro é "obcecado" por universidades.
Agora, as verbas seguem para quartéis e doutrinas religiosas com suas mídias poderosas e milionárias.
Se na época de Platão os Deuses comandavam os humilhados, agora verdadeiras empresas de Deuses comandam o povo inocente e doutrinado.
Pensando bem, acho que eram os tataravôs dos bisavós de Waldomiros, Malafaias que já sacrificavam os inocentes e...humilhados...
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