Se a vida é breve, sigo minha jornada como um autêntico anarquista ou obedeço regras determinadas?
Até reconheço que certas ordens são necessárias mas quero ter liberdades que às vezes incomodam o outro, inclusive o oposto.
O escritor chileno Roberto Bolaño escreve em seu derradeiro livro "O Gaucho Insofrível"(assim mesmo, Gaucho sem acento), teses que reforçam minhas incertezas.
Bolaño diz mais, que "a vida, breve como é, desgraçadamente como é, deve tender em sentido à ordem, não à desordem, e menos ainda a uma desordem imaginária". Aliás, é um de seus personagens que diz tais palavras...um policial de...literalmente...ratos...
Uma sociedade imaginária de ratos onde circulam absurdos com antigas lições ensinadas como nas instituições proibitivas de Michel Foucault.
O autor chileno radicado no México sabia o que falava, sua "brevidade" foi apenas até aos seus 50 anos de idade.
Agora, imaginem patriotas perdendo tempo cantando hinos para pneus...talvez esperando, esperando, esperando...Godot?
Não, eu não vou seguir essas trilhas malditas, porém, vou aceitar(bom, pelo menos tentar) seus livre-arbítrios.
Mas bancar um bobo da corte lutando contra monstros imaginários como meu simpático amigo Sancho Pança...ah, não mesmo...
Bolaño deu o alerta "já é tarde demais para tudo", sem ter certeza quando ficou tarde, "na época de minha tia Josefina? Cem mil antes? Tres mil antes? Não estamos, por acaso, condenados desde o princípio de nossas espécies?"
Tá loko.
Não almejo o triste fim do miserável policial que perseguiu cegamente Viladjan. Victor Hugo revelou o trágico final do policial sem noção.
O miserável perdeu a razão obedecendo antigas lições. As ordens cegas se tornaram nefastas e nosso pobre policial não viu mais nada além do fundo do rio.
Pobre homem ridículo.
Seu mundo de vigiar e punir perdeu sentido e não sobrou nada.
Já era tarde demais...
Morreu pela pátria pois viver sem razão é doloroso demais e nem o vazio justificado de Heidegger foi suficiente para salvar o gado, ops, o policial.
Alguém ja havia dito que a piscina estava cheia de ratos, porém eles, sempre eles, são resilientes, insaciáveis.
Sonham em manter policiais obedecendo as regras deles, sempre deles.
Caminhando em linhas retas cantando antigas lições.
A brevidade estóica de Marco Aurélio também é resiliente e o fim do 6x1 está próximo.
Oremos para que antigas lições permaneçam atrás dos muros de seus quartéis.
Somente lá...
E eu...eu...eu...prefiro ser um passarinho seguindo os estoicos com sua brevidade existencial.
Essa...me serve...
Bolaño e Foucault sempre atuais.
Pertinentes às referências.