Huberto Rohden sintetiza o maior discurso da história, citando Mahatma Gandi: "Se se perdessem todos os livros sacros da Humanidade, e só se salvasse o Sermão da montanha, nada estaria perdido".
Para muitos teólogos, o Sermão da Montanha, que Jesus proferiu nas colinas de Kurum Hattin, e são os capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho segundo Mateus, pode ser considerado a essência do Cristianismo.
Para Augusto Cury e seu personagem ateu Marco Polo, Jesus foi o maior gestor da emoção que já pisou na terra. São palavras que mostram caminhos para uma vida feliz e serena: "felizes são os que esvaziam seus egos, os empáticos, os que gerenciam sua ansiedade, os solidários, os transparentes, os pacificadores da mente e os resilientes".
Quase tudo o que o indivíduo pós-moderno não é e não deseja seguir.
Numa sociedade onde o corpo perfeito é um dos princípios da felicidade, como esvaziar meu ego?
Os problemas recrudescem quando o homem comum quer ser empresário, o empresário quer ser Rei, e por aí vai a eterna luta de poderes. E também quando o funcionário comum almeja a gerência (nada contra, através do caminho correto), mas quando fica na espreita, esperando o primeiro vacilo do seu amigo gerente, e aí termina a amizade.
Não importa o bem-estar do outro, primeiro Eu. Exemplos atuais vemos na pandemia, quando governantes desviam milhares de reais nas compras dos respiradores. E de pessoas que não precisam, e burlam informações para receber os famosos 600 reais.
A montanha está distante, muito distante. E são várias montanhas, montanhas altas, do saber, bonitas, verdes, invisíveis (aquelas que não ultrapassamos por medo ou pavor), etc.
O general cartagines Aníbal realizou uma das maiores facanhas militares da história, quando ultrapassou as montanhas dos Alpes e surpreendeu o exército romano.
Foi uma das maiores derrotas do poderoso exército de Roma. Em 218ac, os romanos jamais imaginariam que seus inimigos superassem aquela muralha da natureza. Apesar de Aníbal perder 20 mil homens pelo frio, cansaço e fome em 15 dias de travessia, ele superou "sua" montanha.
Tchê Guevara teve feitos semelhantes em suas batalhas com sua ideologia libertária, ultrapassando montanhas em Cuba e na Cordilheira dos Andes.
Assim caminha a humanidade. Cada qual com suas montanhas.
Algumas fáceis de serem superadas, outras nem tanto. Se deixarmos de lado nossas forças negativas, que gastamos quando ficamos só reclamando (e confesso que muitas vezes fico "trancado" assim...,), e usarmos essa mesma força no caminho certo, reto, no "fígado", talvez nossos objetivos fiquem mais próximos.
Como fazem o Capitão Kirk e o orelhudo Spock em suas Jornadas nas Estrelas em busca da fronteira final.
Vejo agora, aqui na frente da minha casa, uma linda montanha, e basta pegar o carro para chegar ao outro lado. Essa é fácil. Mas e as montanhas emocionais? Buenas, como diz o Gaúcho, então sigamos o Sermão da Montanha, amenizando o ego, com pureza no coração, misericórdia e mansidão, com sede da justiça nobre, com muita paz e resiliência.
Assim, não só minha montanha poderá ser vencida, como muitas outras, transformando todas elas em caminhos cobertos de lírios...
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