Cada disciplina nos oferece um mundo de teorias, teses e paradigmas. A complexidade das disciplinas e suas linhas originais ampliam essas correspondências como se fossem irmãs. Palavras e culturas se fundem com alegrias e satisfações, e contradições.
Tudo é uma comunicação constante. A comunicação como fundamento, essência de todas as culturas, que orienta nosso cotidiano. Apesar de suas oposições culturais.
O escritor russo Mikhail Bakhtin, que surgiu na segunda metade do século XX e linguista da máxima representatividade, disse que "A vida é dialógica por natureza. Viver significa dialogar e nesse diálogo o indivíduo participa com os olhos, lábios, alma, espírito, enfim com todo corpo. Ele se põe todo na palavra e esta entra no tecido da dialógica na existência humana, no simpósio universal"
Eis a cultura. Até o dia em que os poderosos, sempre em busca de seus benefícios, perceberem que estão diante de uma grande máquina. E aí, construírem suas artimanhas para transformar as culturas em armas de ideologia e manipulação. O que era doce torna-se azedo. Muito azedo.
Uma das teses da sociologia que mais aprecio é a do francês Pierre Bordieu denominada "Dupla Violência". Trata-se de uma crítica da educação. O domínio simbólico age para definir a cultura da elite, do opressor como uma cultura superior, ela é "essa", as demais não importam.
Os valores, os hábitos e os comportamentos da classe superior, confirmam, eles "possuem a verdadeira cultura". Porém, para que ela tenha êxito em sua proposta, é necessário que ela não apareça como realmente é, a sua "superioridade". Assim, se concretiza uma dupla violência...imposição e ocultação.
Engenhoso não é mesmo? Eles se superam para conseguir seus objetivos, mesmo aqueles que vão nas missas dominicais e no outro dia já estão manipulando e sabotando o que for necessário. O amor ao próximo ficou na igreja e agora querem tudo do próximo.
Afinal sua cultura é mais elevada, a verdadeira, e a do infeliz não existe, é um engodo, sem sentido com ideologia inferior.
Depois de incutir suas ideologias por meios camuflados asseguram sua "superioridade" como bons cristãos.
Nazistas pensavam assim, eram arianos, europeus que nos séculos XV, XVI, XVII, etc, que roubaram toneladas de ouro de suas colônias, agora recusam entrada de imigrantes que estão na miséria porque "alguém" levou seu dinheiro e propriedades. As culturas excluídas agora tem seus representantes.
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