Não lembrava mais do maravilhoso, extraordinário, magnânimo Pequeno Grande Príncipe.
Como posso ter esquecido dele?
Não pode.
Ou esquecer os bichos de George Orwell, não pode.
Entre sacis, corujas, pirilampos, galinhas e porcos eu quero mais é dançar ie-ie-ie ou viajar num reggae à Lá Bob Morley ou Jimmy Cliff e dançar com as palavras do pequeno, grande Príncipe.
Leia e se já leu releia, e se releu há algum tempo como eu (confesso, fazia tempo que já tinha perdido a essência), leia de novo.
Não podemos esquecer...
Não podemos.
Sim, sei, clássicos às vezes "cansam".
Não pode. Bom, alguns sim, e muitos deles. Por isso discernimento é fundamental e já estou arrependido de não ter feito um curso chamado "porque ler os clássicos".
Discernimento, sim, discernimento como uma faca bem afiada para separar de vez o joio do trigo, e não falar discernimento como fosse dizer cimento.
Ah, Pequeno Grande Príncipe, e vejam só, moro em uma das servidões no Campeche em Florianópolis chamada...avenida Pequeno Príncipe.
Buenas, como diz o Gaúcho, ainda assim lembrei que tenho muitos livros best-seller para ler e que estão por ora, "menosprezados". E vai continuar assim, mas pequeno Príncipe, desculpe, havia esquecido sua excelência, aliás, desculpas por ter esquecido seu livro nas prateleiras por tanto tempo, Antoine De Saint-Exupéry.
Esqueci?
Não, isso não pode acontecer.
Logo eu que tanto escrevo sobre homens doutrinados por culturas impostas e vejo o Pequeno Príncipe estupefato, não entendendo porque um homem vive para acender e apagar lampiões, acendendo e apagando, acendendo e apagando...
Lembrei de um amigo que trabalhou 47 anos fazendo sempre a mesma coisa.
Todos os dias.
47 anos.
Ah, e se orgulhava, o tolo. Parecia nosso amigo do lampião.
Ah, nosso mundo, ou melhor, os asteróides, ou melhor ainda, o pequeno mundo de algumas pessoas, ou melhor, o mundo diminuto de adultos robotizados.
São como os carregadores das pedras de Sísifo, rodando ao redor, para cima e para baixo.
Com amigos presos ou não procurando as fogueirinhas de papel para amenizar mentes em níveis aceitáveis.
Ah, os humanos.
O prazer de ver o outro infeliz. Nem o vulcano Dr. Spock entende o ser humano e desabafa para seu capitão Kirk depois de uma reprimenda: "não entendo porque tanto prazer diante de meu engano".
É, em sua viagem o Pequeno Príncipe visita mundos estranhos com seres "pequenos".
É, viajamos nesses míseros asteróides e convivemos com eles, os estranhos.
Verdade que algumas vezes, o idiota sou eu, não vou querer bancar o homem sonhado por Nietzsche e muito menos ser um simples mortal, aliás, sou sim um simples mortal para reconhecer momentos onde "cala-te boca companheiro vá embora, que má criação". Ora, esse é o planeta que deixou o Pequeno Príncipe estupefato.
E quando vemos, caímos e levantamos, pelo menos temos essa força que surge não sai daonde e quando menos espero, estou falando com pessoas e até animais.
Converso com meu amigo Adalberto, a coruja, e saboreio as palavras do pequeno viajante. E é com esse ser, humano ou alienígena, isso não importa, que defino enigmas e conceitos justamente quando o Adalberto aparece para ficar me olhando com seus trejeitos esquisitos.
Tenho a impressão que está me pedindo para desenhar um carneiro...ou uma coruja...
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