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Detetives da Filosofia

  • cocatrevisan
  • 25 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura

Quando digo que histórias em quadrinhos (HQ), Agatha Christie e Arthur Conan Doyle formam literatura filosófica e existencialista, alguns discordam.

Puro preconceito.

Em "Um Caso de Identidade" Sherlock Holmes destrincha frases que fazem o leitor ler duas vezes para entender seus conceitos.

Sherlock conversa com seu inseparável assistente Dr. Watson quando diz que o "observador contém a essência vital de toda a matéria. Afinal, não há nada tão antinatural quanto lugar-comum".

Como diz o outro, peraí, como é que é?

O observador possui sua essência vital...

Perfeito.

Serve de alerta para o leitor não cair nas garras das mídias malditas, ora, ele tem sua própria essência e seu conhecimento como observador/leitor.

Com a atual tecnologia, as redes sociais e a internet estão em todo lugar com seus formadores de opiniões que arrastam milhões de seguidores.

E tem ainda os influencers e claro, os blogueiros. Portanto, Sherlock avisa, cuidado, somos observadores, temos nossas essências, apesar da opressão da indústria cultural.

Eles querem seu tempo.

Eles querem que livros permaneçam nas prateleiras das livrarias e bibliotecas.

Eles querem que nossos debates sejam aqueles agendados por eles como revela a teoria da Comunicação, Agenda Setting, ou melhor, a Teoria do Agendamento.

Eles querem ver o indivíduo isolado e impotente e pasmem, conseguem seguidores, aqueles que fazem parte da massa...eh ohhh...vida de gado e feliz...feliz?

Eles querem que nossas discussões no cafezinho, no bar ou no trabalho seja quem vai vencer o BBB.

Não querem ver você observando com seu empirismo, mesmo porque não há nada tão antinatural quanto alguém dominado com suas ideias engessadas.

Isto não é natural.

Bom, não deveria.

Nada é tão "vesgo" quanto seguir conforme eles querem. Eles, sempre eles, querem que você permaneça no lugar-comum.

Quieto.

Obediente.

Eles querem nossos olhos embaçados com lentes sujas vivendo sem qualidade, pois assim seguem ditando suas normas.

Suas malditas normas com interesses específicos.

Frantz Fanon alertou, governos servem para coagir e acrescento aqui o vigiar e punir de Michel Foucault. Porém, coação apenas aos colonizados.

Com rotinas como dos "Tempos Modernos" de Charles Chaplin, girando, girando...girando...

Sim, eles querem nos agendar, você, eu e o máximo possível de súditos.

Eles querem que nossas discussões sejam sobre quem vai ficar com quem embaixo dos edredons do BBB.

O alerta de Sherlock está aí...

Aliás, duas frases que servem de tema para graduação, mestrado e doutorado.

Não é a toa que o nome do caso trata de nossas conturbadas identidades pós-modernas.

Sherlock exige, saia do lugar-comum.

Discorde, grite, ouse.

Podem ter certeza, eles não vão gostar.

É Zé Ramalho, é duro tanto ter e dar mais que receber.

Socorro Sherlock, inspetor Poirot e inspetor Bugiganga.

 
 
 

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