Numa entrevista, perguntaram para Chico Anysio se ele tinha medo da morte e com sua genialidade, respondeu que não, mas tinha "pena" de perder algo maravilhoso.
Sensacional.
As artes reforçam essas teses positivas, realçando com seus versos e verbos, em suas letras musicais, assim como na literatura. Em minha opinião, uma das músicas mais lindas e tocantes do Rockin'Roll é "Stairway to Heaven", clássico do Led Zeppelin. Uma melodia que arrepia e me faz "voltar aos anos 70, 80".
Como uma escada para o céu, seu título traduzido seria "Escadaria para o Paraiso", onde a letra se encaixa com perfeição na melodia.
Em seus primeiros toques, quando um violão se ajusta com uma flauta, parece que estamos subindo a escada eterna.
Todos conhecem o clássico e todo bar que se preza, toca numa hora da noite para escutar o vocalista Robert Plant glorificar nossa existência, "na beira do rio um rouxinol canta e todos nossos pensamentos são inquietantes...é, isso me faz pensar".
Que louco, um pássaro despreocupado me faz sentir que quando minhas sensações não estão de acordo, basta lembrar que as andorinhas não tem preocupações.
"Alguém" já disse isso...
Mas o ansioso pós-moderno acha que devemos correr, correr, até se sentir um inútil perdido nos relógios derretidos de Salvador Dali. Imbecil.
Lembre-se das andorinhas do nosso chefe Superior. E temos o Rockin'Roll que não pode morrer, e não morre, suas músicas clássicas...são eternas.
Músicas que além de ficar na historia, fascinam, pois até quando falam em morte reverenciam a vida com esperanças. Como nunca analiso o otimismo como uma esperança vazia, e sim como os bailes da vida do Bituca das Minas Gerais, vamos subindo nossas escadas.
Mas cuidado, a esperança tem elementos alienantes, se ficarmos só esperando, esperando...já sabem né, quem sabe faz a hora...
Para alcançar a sonhada escada, nossas jornadas terrestres seguem unindo esperança com ações, porque sem ação não tem solução, já dizia meu bisavô.
E para fugir das armadilhas sofridas, luto contra os barões que querem nos mostrar que a felicidade é clandestina, pertencendo somente às castas favorecidas. Não, eu vou carregar minha bandeira preta, funesta em minhas caminhadas, até mesmo na beira do mar. Em busca de outras cores para alcançar escadas onde exilados também possam subir os santos degraus.
Caminhando livremente, com o direito de decidir meus passos, longe das espirais dos poderes daqueles que acham que sua cultura signifique "A" cultura.
E ficando alerta quando nossas fraquezas florescem, mas não esqueçam, "eles" também tem seus momentos de fraquezas.
Nossas almas são iguais. Pensando bem, não, não pode ser, quem curte Led Zeppelin ou Bob Dylan não pode ter a mesma alma de quem gosta de ouvir, melhor não citar...
Se existem almas que me faz crer num mundo melhor, lembro que já vi (do verbo "ver"), cada alma que me fez correr para o infinito. Essas almas, tenho certeza, não vão subir a escada do Led, nem escadas rolantes, são almas prisioneiras de suas mentes como diz Augusto Cury.
Enquanto isso, desejo e busco almas livres, afinal, quem não quer ser livre?
Mas não esqueçamos que toda liberdade tem seu preço, se você tem poder de escolha, sua responsabilidade está inserida no processo. Incrível, a liberdade tem esse peso, essa angústia, pois a responsabilidade cobra sua parte.
Ser livre não significa que temos a certeza do certo, todo cuidado nessa hora para não errar, e, eu, tu, ele, nós, vós e eles não podemos esquecer esse pequeno, grande detalhe.
Ainda assim temos que salutar o livre-arbítrio e nossas escolhas.
Imagine os que não tem opções como os poloneses encurralados no início da segunda guerra mundial, alemães de um lado e russos do outro, não tendo para ir no massacre da floresta de Katyn, onde milhares de poloneses foram massacrados pelo exército russo.
Uma escada para o inferno. Eu prefiro pegar o trem do Raul Seixas, das 7h, o último do sertão onde uns vão partir, porém outros, ficar.
Mas Robert Plant emenda, "sim! Há dois caminhos que você pode seguir, mas nessa longa jornada..."
É amigos, a floresta do Led Zeppelin é muito diferente da floresta de Katyn.
Na floresta do Rockin'Roll sentimos a alma sussurrar enquanto "meu espírito chora para partir".
É, isso me faz pensar, que as vozes que vem de lá, de uma floresta de paz, trata de uma "ode" à vida terrena aguardando a hora certa para subir a escadaria do paraíso.
Onde flautistas nos levarão a razão, "e um novo dia nascerá para aqueles que suportarem", resume nosso Led Zeppelin.
Belo texto, bem ao gosto de gente como nós que aprendeu a apreciar o que é valioso. Como dizem os Guns'N Roses "take it slow and it'll work itself out fine. All we need is just a little patience". E viva o Rock!