Espiral Silenciosa

Entre as teorias da Comunicação, a "Espiral do Silêncio" tem papel destacado, pois sua atualidade é significativa. É uma das minhas preferências.

Desbaratar conceitos de uma cultura de massa e desmistificar ideologias fabricadas por uma mídia compactada com elites. Ou seja, verdadeiras e cruéis "violências culturais".

Entre textos filosóficos, existencialistas e mesmo passagens pessoais (algumas cômicas), vou entrelaçando disciplinas e conceitos dessa essencial escola, a Escola de Frankfurt. Como seguiram Walter Benjamim, Habermas, Marcuse, Erich Fromm, etc.

Interessante destacar que a Escola teve representantes da várias correntes, não apenas da área da Comunicação, o que ampliou a visão do grupo. Todos descobriram a relevância dos sistemas de comunicações e inseriram outras teorias, elevando conhecimentos em nossas sabedorias. Eles perceberam que a sociedade capitalista está engajada nos processos de massificação e dos mecanismos cada vez mais infiltrados em nossas sociedades.

Já comentei várias teorias da Educação e da Comunicação, a "Agenda Setting", nesse blog. Embora superficial e resumidamente, foram expostos mecanismos centrais ideológicos, reais máquinas de transmissões culturais. Aliás, já comentaram, que eu deveria aprofundar mais meus textos com rodapés.

Por enquanto, nesse blog, os textos seguem curtos e objetivos, com termos singulares para o entendimento de todos, e não apenas da classe acadêmica. Quero ser entendido com clareza, sem rodeios, direto no coração (e na alma...que malvado).

Não significa que os textos ficaram obsoletos, ao contrário, a essência está fundamentada. Entre as teorias da Comunicação, como disse, revelei a Agenda Setting, teoria que evidencia como somos doutrinados pela mídia e suas poderosas corporações.

Quando falamos o que não queremos ou pensamos, ou pior, falamos o que "eles" querem.

Eles, os grandes grupos da mídia (e agora acompanhados por Igrejas milionárias), abusam de conceitos que orientam nossos caminhos e ideologias. É amigos, devemos dormir de olhos abertos.

Nesse texto vou descrever outra teoria da Comunicação, também relevante no campo da sociologia.

Você já não passou pelo constrangimento de ser obrigado a ficar quieto diante de um grupo, que se julga superior?

Suas culturas são as verdadeiras, as nossas não valem nada, como Pierre Bordieu revelou na teoria da "Dupla Violência," e que já comentei mais de uma vez também aqui nesse blog.

Experimente participar de uma "rodinha" de grandes empresários, ou pior, muito pior...mas muito pior mesmo, num debate com bolsomínios...tá louco.

Os fascistas nos chamam de ignorantes (para nós é o contrário), e esta técnica de amedrontar faz parte da teoria..."Espiral do Silêncio".

Antes de entrar no mérito da teoria, convém lembrar que se todo indivíduo está "aberto" para o mundo, logo, estamos interligados com pessoas e ainda com coisas terrenas. Nessa teia complexa, surgem os embustes que delineiam nossas vontades. Os mecanismos de manipulação são invariáveis e estão nos "quatro cantos do mundo".

Nossas escolhas não são livres, são condicionadas e quando reivindicamos nossos direitos e nossas posições, somos, segundo eles, taxados de ignorantes.

É uma maneira de tentar manter opositores calados. Um artifício amedrontador. Sabem aqueles "risinhos" arrogantes? Sim, esses mesmos. Se funcionar, ficamos calados como uma grande espiral silenciosa. Somos enclausurados pelo silêncio. Se temos opiniões diferentes, opostas da grande mídia (e da elite), então somos um exército de ignorantes.

E, muitos para não ficarem isolados, aceitam e permanecem calados. É quando você ouve alguém na discussão do "cafezinho", aquele amigo dizer que pensa como o "cara lá da Globo, ou como o empresário". Assim ele está incluído. Assim ele pensa, o ingênuo.

Centrando-se na psicologia social e cultural, os temas ditados pelos meios de comunicação, com seus massacres diários, firmam-se como verdades acima da lei.

Se são eles que sabem, então, vamos seguir suas opiniões.

Assim, surgem os admiradores do Caçador de Marajás, do Mito, e ainda temos que escutar que o melhor filósofo no Brasil é o Olavo de Carvalho, um "cara muito inteligente".

E concordar, afinal não somos burros né...

Porém, sabemos que sempre existe o joio e o trigo. E em todas as profissões, classes ou instituições. Não podemos generalizar, mesmo destacando que quando falamos em ética na comunicação, uma das primeiras reações levam a falatórios negativos. De fato, as manipulações são evidentes, ainda mais em tempos que fake virou moda.

Mas convém lembrar que a ética parece estar em crise tambem em vários segmentos de nossa sociedade como na política, na economia e demais representações. Ela é coletiva, mas ao mesmo tempo individual. Nossa parte, a individual, depende apenas de cada um, mesmo que redes poderosas tentem nos calar.