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Eternas Críticas Culturais


Em minha visão, o assunto segue atualíssimo, basta ver a força ideológica das mídias malditas.

Sartre disse certa vez que na "sociedade capitalista os homens não tem vidas, tem apenas destinos", destinos esses ligados, interagidos e manipulados.

Interferências primordiais no cotidiano, empurrando suas produções e reproduções. Criam-se conceitos e significados e o que ontem era novo, hoje é antigo, diria Belchior. Sou seguidor de Lima Barreto principalmente quando ele criticava a classe política da Primeira República (1889-1930). Como os desmandos do marechal Hermes da Fonseca, considerado pelos historiadores como o mais corrupto de nossa história. Já tinha sido ministro da guerra reprimindo as revoltas da época como a guerra do Contestado, a Revolta da Chibata, etc.

A relevância de Barreto está nas suas denúncias e não foi por acaso que foi perseguido por uma elite sanguinária. Quanta semelhança...

Aliás, poucos lembram que a "República" surgiu de um golpe da elite, apenas cinco por cento tinham direitos eleitorais. E foi Barreto que revelou a essência da conscientização. Da nossa subjetividade.

Temos que seguir atentos todos os dias, as malditas mídias são insaciáveis, derrubam nossas teorias. Nossos pensamentos são seqüestrados e se algum resiste, é logo repreendido. Nossas ilusões se transformam em desilusões.

Márcia Tiburi diz que "a ilusão é um estado emocional que foi transformado em mercadoria pelas igrejas e pela mídia do mercado neoliberal ".

Octávio Ianni em 1979 já denominava tal processo de cultura repressiva e citava Henry Kissinger como menestrel ideológico (alguém lembrou aí de certos seguidores batendo continência à bandeira dos Estados Unidos meses atrás?). E vejam só, até o Pato Donald, sim, aquele dos gibis, era utilizado como máquina ideológica repressiva.

Como diz Jessé Souza, em certas ocasiões até o medo serve de elemento nas armadilhas imperialistas.

Percebem como temos o dever de estar ligados, caso contrário vamos perder a alegria, o trem dessa hora e outros desmandos impostos.

Ligado, literalmente para que o breu não supere nossas luzes.

Darcy Ribeiro esclarece em seus processos civilizatórios como é fundamental pensar e conhecer a história. Cita Morgan H. Lewis, que faz uma viagem de dez mil anos, desde a Selvageria onde tribos começam a dominar plantas, passando pela Barbárie e entre revoluções tecnológicas e evoluções sociais chega a escrita, na revolução de Gutemberg.

Como vamos ter entendimento do "hoje" se não houver reflexões históricas? Estudar até mesmo a natureza, pois se atualmente o sol é aproveitado como energia solar, na Revolução Agrícola, as sociedades arcaicas revolucionaram suas vidas com os raios solares em suas plantações.

Milhares de anos após, Engels aperfeiçoou as teorias das evoluções sociais revelando as diferenças nas classes sociais. São essas teorias das evoluções sociais e culturais que vão definir os caminhos da humanidade e claro, seus obstáculos, sucessos, caos e frustrações. Marx, a Escola de Frankfurt, Freud, etc, formam uma espiral de teses, tudo, ou quase está ali. Para seguirmos caminhando e cantando e seguindo a canção....com entendimento.

Abrir os olhos, ver porque somos doutrinados a gostar de fetiches das culturas industrializadas. Entender as origens das espécies, dos fetiches e bugigangas modernas.

E do fetiche chegamos à imagem, ela torna-se essência deixando a qualidade para trás. O que vale é a imagem produzida em todas as "coisas", e se na modernidade tínhamos obsessão por imagens de máquinas, na pós-modernidade somos dominados por máquinas de imagens como a televisão, computadores e celulares.

A busca de esclarecimento, diria Kant está em nossas "vontades", e se não houver o interesse vamos seguir o baile deles e tirando o "chapéu" na porcaria do SBT.

Não precisamos perguntar quem vai nos ajudar agora como o Chaves do SBT sugere. E não vou me importar se a academia menospreza a pesquisa das indústrias culturais, pois até mesmo nossas universidades estão enraizadas em certos vícios. Também não menosprezo nosso ensino, longe, mas muito longe disso. Já surgiu a Nova História Cultural com um ensino mais profundo, a microhistória valorizando a história do homem comum, enfim, temos muitas ofertas na Educação. Apesar de Weitraubs da vida entre outras "sabedorias" em nossos ministérios, quem define nossas prioridades somos nós.

Lembre-se, 2022 está batendo na porta....e bons ventos vem do Chile e de outros cantos da nossa sofrida América Latina.

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