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Eternos Navios

Navios funestos.

Porém, sempre representados.

Não, não são os belos cruzeiros, são os demônios dos sete mares.

Navios de Castro Alves anunciando tempestades humanas e crimes bárbaros.

E que seguem com rotas alteradas sangrando oprimidos em pleno século XXI. A cobiça não respeitando o semelhante que se no passado era rasgado por correntes, agora se submete à normas opressoras com ideologias impostas como define a teoria a "Dupla Violência" de Pierre Bordieu.

Homens vigiados por imposição e ocultação e manipulados sem perceber por seus algozes.

Navios tão inescrupulosos que escondem suas maldades e interesses impondo suas armadilhas. E os inocentes apoiando, seguindo navios negreiros em cotidianos pós-modernos.

Tolos.

Almejam serem amanhã os algozes.

Tolos.

Afinam um círculo vicioso que ele mesmo incentiva para sofrer hoje e ver seu amigo pagar amanhã.

Não percebe que nunca vão deixar ele ser o timoneiro, nunca, não está nos plano deles...sempre eles...

Além de tolos, inocentes.

Ao garantir o círculo, absorvem o ciclo da reprodução cultural onde o oprimido vai seguir nas escadas dos subsolos.

Seu fracasso não supera as armadilhas do sistema que sempre favorece a elite que comanda os códigos. Como no Brasil Colonial, quando a elite encerra um ciclo imperial mas assume a nova administração reiterando seus códigos.

Com os navios obedecendo tais códigos.

Eles são eternos.

Navios de falsos "caçadores", vampiros, mitos e torturadores.

Quando vão entender os conceitos frankfurtianos. Theodor Adorno esclareceu com sua dialética.

Revelou o maniqueísmo das razões instrumentalizadas, e como funcionam as bases do capital que comandam até nossas vontades.

Sim, nossas vontades.

Nossos escritores enterram "absolutismos", mas errantes iludidos e inocentes seguem cartilhas de falsos capitães de navios imaginários.

Sim, imaginários...e reais...

Como conseguem?

Quando o escravo pós-moderno vai sair da caverna de Platão?

Quando?

Ei homem de Deus acorde enquanto é tempo, as ondas flutuantes de Castro Alves são reais e atuais.

Elas têm aparências perigosas e podem levar à morte.

Castro Alves anunciou.

Machado de Assis sentiu na pele.

Lima Barreto também.

Gandhi também.

Martin Luther King também.

Mandela também.

John Lennon também.

Victor Jara também.

Se os navios negreiros gritam com seus fantasmas malditos, Castro Alves implorava por luzes de esperança.

Mas cuidado, as ondas flutuantes estão em todos os lugares e na

pós-modernidade os grilhões nefastos agem com outras facetas, porém com mesmos objetivos...


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