Se a Revolução Científica do século XVII ampliou as visões da sociedade, também revelou que tudo muda, transforma e, retorna.
O pêndulo fica no seu esplendor, pois tudo vai e volta, volta e vai, para depois voltar. O abismo recrudesceu diante da medicina medieval para o racionalismo e visualizou que rupturas iriam acontecer, e retornar.
A visão teológica que perdeu força no racionalismo de Descartes, passou por várias evoluções em anos posteriores. Parece que em certo momento, a matemática de Galilei, o racionalismo de Descartes, as descobertas de Copérnico e Newton definiriam o universo com mais certeza. Mas como Bauman nos mostrou, tudo agora é liquido e as teses de Edgar Morin aumentaram todas as probabilidades. Imaginem dizer para Descartes que um dia o homem iria à Lua. Ou a Marte.
Diriam que era coisa de Deus, ou do Diabo. Mas a ciência da época e seu racionalismo não responderiam por tudo?
Evidente que a ciência e a tecnologia evoluíram e sempre serão relevantes. Mas os paradoxos surgem. Até a mitologia retorna, pois não é que acreditam em "mitos" hoje em dia?
Não podemos negar a essência do racionalismo ou outras doutrinas que imperaram por décadas, mas também não podemos negar que o pêndulo sobrevive, e o que ontem era novo, hoje é antigo, diria nosso inesquecível cantor Belchior. O materialismo derruba a teologia, que recorre ao materialismo que pede auxílio à teologia. Um eterno pêndulo.
O que já foi divino e morada dos Deuses foi atropelado pela ciência mas as históricas teses sobrenaturais sempre vem à tona (O novo normal?).
Quero tentar mostrar que as passagens das crenças medievais para às revoluções científicas foram revolucionárias mas o tempo passa e nós caminhamos todos juntos, porém não desistimos da teologia e o que era impossível ontem, hoje não é mais, e o futuro só a Deus pertence.
Espinoza e Descartes fizeram parte de seu contexto histórico, óbvio, e seus conhecimentos foram extraordinários. Tudo certo. O que me interessa e intriga é que tudo está em movimento e com todas as inovações "impossíveis" em muitos segmentos ou ideologias, o divino retorna. O sobrenatural da fé.
Com tantas novidades na era pós-moderna, seria estupidez descuidar dos objetivos úteis para se desmanchar naquela novidade inútil e pior, nociva. Como diz ELE "aquele que me segue, não andará em trevas(No 8,12)". Discernimemto torna-se uma opção obrigatória.
E como gosto, estudo e pesquiso as áreas humanas, acredito no algo mais. Dou risadas quando intelectuais chegam a conclusões radicais alegando que perderam a fé, principalmente da área filosófica.
Soberba que vai ter um preço.
Certo, cada um tem direito de seguir seu caminho, quem sou para cobrar opiniões, mas prefiro "andar com fé eu vou, que com fé não costuma falhar"...
O ceticismo confirmou que sempre pode haver duas verdades, portanto, cada qual com a sua. E até o próprio Renê Descartes usou recursos céticos, duvidando de muitas coisas e situações, típicas do ceticismo.
Descartes duvida por exemplo dos sentidos, pois um míope pode se enganar diante do que está vendo, gerando incertezas. Pode-se dizer que é um outro tipo de pêndulo, pois nossas certezas vão e voltam. Retorna aquela idéia de que toda teoria pode, e deve, deixar questões em aberto, uma vez que todo novo conhecimento se opõe aos já conhecidos, inclusive nas relações do material com o racional.
Não descartemos o impossível.
Quando pensamos que nunca iremos atingir um objetivo, lembrem dos eternos retornos...e um 2021 inesquecível para todos...e 2022, 2023...
Belo texto. Conciso e completo. Um inesquecível 2021 pra você e seus leitores também!