Todos querem ser felizes. Todos querem deitar num sofá novo e ficar olhando pela janela montanhas verdes com um céu azul no horizonte. Verdes, azuis, côres da vida, mas prefiro o amarelo do Astro-Rei. Todos querem uma casa bonita, aconchegante com samambaias florindo suas salas.
Mas como diz o filósofo Schoppenhauer, se quase tudo está bem mas cinco por cento não corresponde a nossas expectativas, ficamos travados.
Temos um mundo maravilhoso de tecnologia à disposição com prazeres de todas as espécies. Basta apertar um botão. Porém, a infelicidade sempre nos persegue.
Nos EUA atualmente, o suicídio está entre as maiores causas de morte e a situação no Brasil não é muito diferente.
O escritor Augusto Cury sempre diz que as causas provém do materialismo exacerbado, egos inflamados, a troca de valores, o TER no lugar do SER. Ele afirma, ao mesmo tempo, que "O homem mais inteligente e feliz da história, queria ver seus alunos com ambições positivas, que brilhassem sua luz diante dos homens...e que os tímidos pescadores do mar da Galileia se transformassem em pescadores de homens". Não se trata de ignorar nossas ambições, mas unir o lado humano, com a verdade do mestre dos mestres, Jesus.
Mesmo porque, ainda conforme Cury, temos que amar ao próximo mas também amar a si mesmo (sem inflar nossos egos) e namorar a vida, "se você não aprender a namorar a si mesmo, nunca saberá namorar alguém de forma saudavel".
Como canta Armandinho "quando Deus te desenhou ele tava namorando". Que exemplo.
Nos dias de hoje, qualquer pessoa já ouviu falar em endorfina e que o otimismo e o bom humor são essenciais no combate ao desânimo e depressão. Neurologistas também garantem que qualquer credo auxilia em nosso bem viver. Nem vou entrar nas interações da felicidade com o consumismo e suas ilusões (tema muito complexo). Nem vou falar de heróis, guerreiros e suas glórias como os gregos que consideravam morrer pela pátria o suprassumo da felicidade. Não. Quero outras felicidades. Todos querem ser felizes. Todos querem estar contentes.
Tive uma disciplina na graduação de Jornalismo, onde o objeto central era o teatro. Na avaliação final, cada aluno deveria apresentar um monólogo com criação do enredo, cenografia, etc. Minha peça começava com um personagem (no caso, eu mesmo), sentado numa cadeira isolada de um bar, desesperado com sua situação financeira. Sua existência era deprimente e sua vida era um caos. Depois de quinze minutos se lamentando, falando de tudo e de todos, ele diz..."eu só queria ser contente"...e encerrava com um fundo musical da música "De Serra, De Terra e De Mar" do Geraldo Vandré:
"Eu sempre quis ser contente,
Eu sempre quis só cantar,
Trazendo pra toda gente
Vontade de se abraçar,
Eu tinha o sol mais quente,
A terra pra lhe agradar,
A serra florindo em verde,
Lavavam seus pés no mar"
Fecha a cortina.
Comments