Subir as montanhas do Bem e deixar para trás a maldita montanha de Sísifo.
Aquela onde o infeliz carrega uma enorme pedra nas costas e depois de chegar no topo da montanha volta para buscar outras pedras malditas.
Almejo uma subida da consciência para se redimir das curvas turvas para escalar o topo com dignidade, caso contrário a subida vai lembrar Sísifo.
Minha luta quer se aproximar dos ciclos onde a unidade exige uma interação entre o Céu e a Terra.
Em minhas sessões de Reik minha "guru" disse, não faz muito tempo que estou de bem entre as linhas do céu e terra.
Acredito nesses ciclos e talvez estejam aí inseridas minhas desejadas subidas.
Lendo um artigo na revista Sophia (uma sugestão para quem não conhece), o autor destaca nossas evoluções e retrocessos com destaque para a espiritualidade.
Uma simplicidade unida com a complexidade.
São as subidas de Sísifo ou outras menos doloridas, mas sempre desviando das curvas sinuosas enfrentando espirais tortuosas.
Espirais retilíneas, se é que existem...
Como Gilberto Gil ensina, andar com fé porque com ela...não costuma falhar.
Nesse mesmo artigo da Sophia o ego entra em cena, sim, ele sempre está dando seus pitacos.
A sombra que o ego traz em certas ocasiões mas que faz parte do processo num "caos que antecede a ordem" e que posteriormente, limpo, auxilia nossas subidas.
Respeitando Heidegger e suas teorias sobre o vazio, pois o fútil permite a visualização da glória.
O Reik também sinaliza tais caminhos, alertando os perigos da dualidade entre céus e infernos.
Nesse entrevero, como diz o gaúcho, saúdo a montanha do profeta Moisés.
Nunca ninguém tinha subido aquela montanha mas Moisés foi e lá escutou "mostre-lhes o caminho".
São essas as montanhas que procuro.
São essas as montanhas que fazem me levantar todo santo dia.
São essas as montanhas que me fazem, assim como Moisés, recusar um hebreu ser chicoteado ou ver o opressor açoitar o pequeno.
Montanhas sagradas onde religiosos doentes estão distantes...muito distantes...
Montanhas de Deus sem incluir o medo.
Montanhas divinas.
Diferentes das montanhas dos exploradores portugueses e espanhóis do século XVI.
E se aproximar de "forças para subir as montanhas mais altas e explorar mares desconhecidos e florestas impenetráveis" como diz Mary Del Priore em suas histórias da gente brasileira.
Sim, um dia (espero que demore né), vou subir tais montanhas, as escadarias do paraíso do Led Zepelin.
E quando malditas quedas insurgirem, lembrar dos verbos e teses do filósofo Heidegger...
Lembrei no túnel do tempo da antiga música do Roberto Carlos: ¨"Eu vou subir a montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezar." Belo texto, Coca.