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Exílios Consensuais

O que leva indivíduos viverem toda sua vida na mesma cidade?

E por outro lado porque milhares de pessoas pulam para lá e para cá?

Sim, multidões mudam de cidades por questões profissionais mas milhares seguem para todos os lados.

Nasci e permaneci em Santa Maria(RS) até meus 19 anos. Depois fui para São Leopoldo onde cursei jornalismo e lá fiquei por 10 anos, posteriormente fui para Porto Alegre onde morei também 10 anos. Depois fui para Joinville(SC) onde morei 9 anos, mais 8 em Balneário Camboriú e agora, deixa somar para chegar aos meus 62 anos de idade, mais 6 em Florianópolis.

Fechou os 62?

Fechou...

Porque as mudanças?

Algumas profissionais e outras nem sei exatamente. Está fugindo moço?

Não, não é o caso.

São exílios voluntários, sempre mirando o litoral, nem sempre conseguindo. Na edição de Fevereiro da revista 451, Djaimilia Pereira questiona o "que será que fica num lugar quando abandonamos?

Sua reflexão me trouxe imagens de amigos que deixei nessas cidades. Sempre retorno a Santa Maria revendo amigos, em Porto Alegre várias turmas de futebol e vizinhos que converso até hoje. Em São Leopoldo também, a turma do "Bonja", edifício Bom Jardim onde quase todos eram estudantes da Unisinos.

Pessoas que passam, alguns já morreram como seu Tavares. Trabalhamos junto um ano em Itajaí, cidade ao lado de BCamboriú, um verdadeiro ser humano.

Ele partiu mas parece que convivemos por 10 anos...

E entre encontros e desencontros vamos se "achando".

Que exílio fantástico.

Minha família teve uma casa na praia gaúcha de Tramandaí por 50 anos e sempre dou uma passada por lá ficando em hotéis. Lá passei minha infância, adolescência, ficava direto nos meses de Janeiro e Fevereiro.

Fiquei alguns anos sem aparecer mas atualmente sempre dou as caras por aquelas bandas, ano passado fui num bar e pasmem, os garçons eram quase todos os mesmos e eu brincando "vocês não morrem"?

Sensacional.

Ah...nossas jornadas...

Sim, exílio é isso, vida, morte, encontros.

Os exílios de Djaimilia tem um particular. Ela se refere à migração do corpo humano e de estágios de nossas vidas.

Vejam só, exílios espirituais?

É o trem das sete horas.

É o taxi lunar.

É a vida, o sol, a lua...as águas de Março.

Djaimilia acrescenta "envelhecemos, mudamos, renascemos, por dentro todos somos migrantes".

Bom, tem vezes que nos isolamos para conversar com nossos interiores o problema é que às vezes ou quase sempre, não vamos gostar de algumas respostas.

E assim vamos indo...até o exílio final...

Quem sabe um exílio celestial...

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