Escravidões que significam controles sociais. O fim da escravidão, àquela que estudamos nas escolas, não passou de uma data e poucos sabem que o Brasil foi um dos últimos, senão o último país do mundo a abolir a escravidão.
A pesquisadora Mariana Armoud Dias Paes descreveu em sua tese de doutorado com titulo de "Escravidão e Direito: o Estatuto Jurídico dos Escravos no Brasil Oitocentista(1860/1888)", onde relatou como tribunais tratavam juridicamente processos raciais.
É incrível como liberdades foram inventadas. Conceitos de escravidões redesenhadas, para que barões do café seguissem com suas posses escravocratas.
A desigualdade sempre esteve presente em nossa história e seus processos de interesses, sempre casados com poderes que assimilaram e manipularam regulamentos escravacrotas.
A mídia faz sua parte com suas propagacões. Afinal, quem possui poder de produzir ideologias, e anda de mãos dadas com as idéias das classes dominantes, estimula desigualdades, aumentando possibilidades de escravidões. E, para tentar encerrar tais temores somente com bases libertárias. Para acabar com esses medos, um dos caminhos possiveis seria através de novas liberdades, da crença e do entendimento da semântica das palavra. Paradoxalmente, o humanismo foi um movimento que em certas fases históricas, representou filosofias de vida que desdenhavam de religiões. Dessa forma, ele se aliou com a razão humana, não aceitando destinos divinos, ou quando o homem definia seu destino.
Porém, como disse antes, a crença pode ser uma arma contra a escravidão, não importando se o caminho tenha origem na crença ou na razão. A escravidão é abominável e ponto final.
Ela ainda é retratada em nossa literatura clássica. Machado de Assis desnudou a escravidão no Brasil em várias obras. Em Brás Cubas, ele relata maldades que até crianças cometiam: "um dia quebrei a cabeça de uma escrava somente porque ela negou uma colher de doce de côco", ou outra vez, quando fez o moleque negrinho de cavalinho. Um menino de 6 anos.
Em 1538, a Coroa permitia que cada senhor de engenho podia ter "120 peças", isto é, 120 escravos.
E de 1701 até 1860 vieram mais de 3 milhões de escravos da África. Eu disse, mais de 3 milhões. Existem cartas desses "senhores" que qualquer ser humano racional teria vergonha de mencionar. Revoltante.
Quando a Inglaterra condicionou o reconhecimento da nossa independência, foi por interesses com negociatas com os africanos.
Enquanto isso, senadores e deputados (sempre eles), afirmavam que o fim da escravidão seria um "suicídio econômico".
Escravidões. E nem mencionei o cativeiro indígena. E ainda outros tipos de escravidões, como nossos cárceres mentais, quando somos prisioneiros de uma mente doentia.
E aquela outra, pois quando você faz sempre as mesmas coisas, todos os dias, também não deixa de ser seu escravo...seu próprio escravo.
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