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Gorros Históricos

  • cocatrevisan
  • 4 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Esse blog, como todos já perceberam, prioriza Comunicação, Sociologia, Filosofia, Existencialismo, História...

E claro, aí está inserida a minha escola favorita, a Escola de Frankfurt que revela ao mesmo tempo, teorias multidisciplinares.

Adoro História e reconheço na disciplina suas reconstruções na dança da História Tradicional, História Crítica, Micro História, etc.

Com suas fontes confiáveis e inconfiáveis pois sabemos, incrível, a História muda.

A própria tradição perde horizontes. Se para Hobsbawn a tradição nada mais é que uma invenção, para Marx Horkheimer "justamente pelo fato de que a tradição deve ser evocada hoje, mostra que ela perdeu seu poder sobre os homens".

Ah...esses representantes frankfurtianos...

Como Jürgen Habermas também lembrou um certo recuo para um funcionalismo e que afastou as tradições menosprezando costumes passados. Ou melhor, reviu questões históricas e suas respectivas tradições.

E nesse samba doido o passado concreto se desmancha nas descobertas arqueológicas além das ideologias que refazem fatos criando novas realidades.

A complexidade de Edgar Morin é mesmo complexa...

O gorro do diplomata Clementis comprova tal realidade.

É Milan Kundera que diz, em 1948 um dirigente comunista foi discursar numa sacada e como estava muito frio, seu camarada Clementis colocou seu gorro na cabeça de seu superior, Klement Gottwald. A imagem histórica mudou depois que Clementis foi acusado de traidor e como diz Kundera, "de Clementis só restou o gorro de pele que fora colocado na cabeça de Gottwald".

Pois é, fico pensando em nossos Clementis, aqueles e aquelas que queremos apagar de nossas memórias.

Tá loko...

Pessoas e amores que não queremos mais saber, frustrações, enfim, de Clementis e seus gorros.

Reconstruir nossa micro história sem seu famoso gorro.

Apagar personagens de fotos antigas e amareladas pelo tempo.

É, o passado gira, muda "ele é cheio de vida e seu rosto irrita, revolta, fere, a ponto de querermos destruí-lo ou pintá-lo de novo" acrescenta Kundera.

Porém, muitas vezes não vai adiantar mudar as fotografias, elas ficam em nossas mentes.

Resta forçar a cabeça animal para esquecer aquela que não foi na avenida, aquela que me deixou arrasado.

Bom, como não sou vingativo não posso esquecer que também já magoei alguém.

O gorro circulou entre sacis e pirilampos.

Faz parte.

Os gorros históricos estão nas redondezas e as tradições inventadas aumentam as incertezas.

E enquanto dançam gorros nas diversas "histórias" o fantasma de Clementis não sabe se ri ou chora.

 
 
 

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