O tema volta, a identidade.
Fala-se muito em crise de identidade na pós-modernidade e nessa temática Stuart Hall é um dos mestres.
A professora doutora Juliana Bastos Marques da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), inclui novas abordagens em sua tese que virou livro "Tradição e Renovações da Identidade Romana em Tito Lívio e Tácito".
Juliana vai além pois diz que seu estudo significou entender seu próprio mundo, ou melhor, nosso mundo multifacetado e globalizado do século XXI.
Realça estudar um passado tão distante e que também apresentava identidades complexas.
Ela diz que "a melhor maneira de explanar o passado é mostrar semelhanças e diferenças entre este e a realidade atual".
Nossos olhos, ora, são os mesmos.
Mesmo os velhos olhos, cansados, mas que se negam a fechar.
Ailton Krenak lembra que esses olhos desgastados são mais aguçados como "o dos contadores de histórias por suas experiências que ensinam as medicinas, a arte, os fundamentos de tudo que é relevante para ter uma boa ideia"(revista E, Sesc/SP, Julho), e que contam com as evoluções de geração em geração com suas respectivas tecnologias.
O que Tito Lívio e Tácito narraram eram mudanças da vida romana onde a identidade estava inserida, lembrando as teses de Stuart Hall.
Claro, cada um com suas tecnologias.
São muitas semelhanças entre mundos diferentes.
Aliás, o conceito identidade por si só é muito complexo.
Basta lembrar que um dos pioneiros a utilizar o termo foi um psicólogo, Erik H. Erikson com acréscimos da sociologia, antropologia...
Ah, a complexidade de Edgar Morin.
Sempre lembrando que quase todos os estudos até o século XXI eram eurocentristas, seguindo uma identidade elitista.
Porém, com as Novas Histórias Culturais surgem teses sobre origens do homem romano.
As tecnologias ancestrais já revelavam mudanças ampliando o cotidiano romano. As incertezas de Zigmunt Bauman já brincavam com a vida do homem medieval.
Aqui e ali as identidades são afetadas e recriadas, sorrindo ou chorando, dançando ou bebendo no balcão até o dia raiar.
Quem não se adaptar...vai ter problemas...
Foi assim.
É assim.
Será...assim...sim senhor...
E o estrago pode gerar tragédias como do miserável Javert(Victor Hugo) que não entendendo mais sua razão de vida, seguindo regras inssosas perde-se e comete suicídio.
Sua identidade estava fora de seu tempo.
No mesmo texto da revista E do Sesc, o autor fala em tecnologias ancestrais, aquelas que nunca vão desaparecer como as artes das artesãs que passam suas técnicas de geração em geração.
Certo, nossa avançada tecnologia é insuperável.
Será?
Dizem que o GPS não se garante na floresta e conforme a antropóloga e professora da Universidade Federal do Pará(UFPA), Ivânia dos Santos Neves,"já vivi essa experiência com alguns indígenas essa falha do GPS, você se perde na floresta mas se souber ler os movimentos do Sol durante o dia, você consegue sair ".
Tóinnnnnnn...
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