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  • cocatrevisan

Introspecção

Atualizado: 11 de jul. de 2022

Introspecção? O que é?

Reflexões de foro íntimo, você entrar em si mesmo, o famoso "conhece-te a ti mesmo" de Sócrates. Amigos e amigas e inimigos, quando escrevo meus textos, diríamos existenciais, não desejo ser um mestre ou guru da felicidade, apenas destrinchar a temática com autores como Bertrand Russell, Augusto Cury e vejam só, Schopenhauer, para muitos um pessimista de plantão, mas para mim um professor com lições positivas.

Nietzsche, logo ele, dizia que Schopenhauer tinha um "perfume fúnebre", porém eu sinto somente aromas silvestres com suas teorias que ensinam a viver com 20, 30, 40...até os 90 anos de idade.

Russell em seu clássico "A Conquista da Felicidade" dizia que existem inúmeras instropecções, mas cita três, a do narcisista, do pecador e do megalômano.

Vou focar no megalômano, aquele que sofre interferências diretas e indiretas da indústria cultural e que geralmente não percebe suas relações com as violências culturais que açoitam suas decisões.

Cuidado, porém, para não confundir o megalômano com o narcisista, eles têm muito em comum mas diferenças essenciais.

Enquanto o narcisista se acha o indivíduo mais lindo do mundo, o megalômano quer poder, ser o primeiro, custe o que custar.

Ambos são chatos, ninguém aguenta um narcisista se vangloriando ou um megalômano "forçando a barra".

Enquanto o amigo do espelho fica se admirando por amor no amor o megalômano utiliza o terror para assumir posições. Suas conquistas assumem poderes ameaçando o outro, usa o temor para alcançar suas glórias.

Para ele, sua cultura é "A" cultura, as demais podem ser qualquer coisa, menos cultura. Ele sabe tudo e se alguém discorda, vai para a fogueira como se estivesse enfrentando a igreja medieval.

Interessante é que se escondemos passagens de nossas vidas, talvez por receio de amigos não entenderem nossas posições, o megalômano não quer saber nem dá importância para esses fatos, afinal ele está acima, é um cowboy fora da lei...

Ele quer o topo, a "hegemonia cultural" de Antonio Gramsci, e o espelho que fique com Dorian Gray. E não precisamos estar em ambientes selecionados, ele aparece em todos os lugares.

Curioso é que a megalomania só traz desgraças mas o homem é resiliente em sua busca pelo poder e menospreza esse pequeno grande fato. Alexandre, O Grande, depois de conquistar tudo e mais um pouco, enlouqueceu e morreu bêbado, alucinado e sem amigos. Grandes heróis históricos tiveram o mesmo fim. Depois de conquistar seus objetivos, a maioria por caminhos ilícitos, a conta vem por boletos. As pedras voltam a ser pedras, aquelas mesmas que para o simplório serviam para ver belezas naturais em altas montanhas e onde o megalômano observava seus "súditos".

Alguns meses atrás publiquei aqui nesse blog, um estudo da UFSC onde narrei a difícil infância de Alexandre.

"Os Herdeiros de Alexandre" revelou as consequências de uma infância muito severa. Fica claro como a megalomania tem respostas funestas.

Seria mais conveniente buscar seus sonhos com humildade, e eles virão.

Depois de duas tentativas frustradas, minha passou num concurso de mestrado e dias depois, me sai com a seguinte frase: "o problema dos sonhos é que podem ser realizados".

Outra questão curiosa relativa ao megalômano é que o poderoso, depois de alcançar seus objetivos, sente um vazio, ele é tão superior que nada mais é relevante. O próprio Russell argumenta, porém, que não acredita que a inteligência possa trazer sofrimentos.

Prefiro andar com fé, porque com fé não costuma falhar, diz o gênio bom baiano, Gilberto Gil para garantir nossa leveza do ser.

Crer, assim como Daniel que tinha 24h para decifrar os sonhos do Rei Nabucodonosor, caso contrário mais uma para a fogueira.

Enfim, a instropecção tem seus lados negativos e positivos e sempre recorro à moderação de Epicuro para não cair em estradas sinuosas.

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