Num dos primeiros textos deste blog publicado há quatro anos narrei o drama dos estudantes de Jornalismo ao encarar seu mestre no primeiro dia de aula.
Lembram do texto "Qual era a cor da camisa do John Wayne?" com o mestre ensinando detalhes essenciais que passam desapercebidos nos filmes da Sétima Arte?
No episódio piloto das Jornadas nas Estrelas fica definido que as viagens dos tripulantes da Enterprise vão nos levar a lugares onde jamais alguém já esteve no infinito espaço.
Dr. Spock é o único que ficou para a série clássica e no capítulo piloto o Capitão Kirk era Jeffrey Hunter, conhecido como o maior Jesus do cinema, em minha opinião.
As frases filosóficas encantaram já no primeiro episódio quando o Dr. McCoy (que ainda não era o Magro), sugere um martini para o estressado capitão, afinal "às vezes os doentes dizem mais coisas ao barman do que ao seu médico".
Que sabedoria.
O tema musical já arrepia no primeiro capítulo, ou piloto, como queiram, principalmente quando usam pela primeira vez a velocidade "Fator de dobra 7".
Cena inesquecível, lindíssima...
Temas sexistas já circulavam nas telas e quando o Capitão dá um corretivo numa tripulante por estar no seu reservado uma colega olha com cara feia para ele.
E ao tentar reparar, o Capitão piora a situação dizendo que a "pilota" é diferente.
Ai, ai, ai,ai...se fosse hoje, processo.
E entre tapas e beijos nosso querido Dr. Spock vai filosando suas teses vulcânicas.
Quem pensa que a série é para assistir na sessão da tarde (bom, pode ser) está muito enganado, suas teorias revelam nossa insignificância no infinito cosmo.
Ah, ia esquecendo, a camisa do John Wayne era vermelha, simbolizando o sangue na difícil vida dos pioneiros no Velho Oeste. Voltando aos conquistadores do espaço e deixando os assassinos de índios para outro debate, o episódio se chama "A Jaula". Alguns humanos estão perdidos num planeta há 18 anos e só sobreviveram porque havia oxigênio no tal planeta.
Estavam enjaulados num planeta muito diferente daquele do homem ridículo de Dostoiévski. E vejam que curioso, uma menina havia nascido no estranho planeta, portanto, o que ela seria? Humana?
Fantástico, surreal...
E seguindo esse raciocínio, quando ricos viverem em Marte e lá nascerem seus filhos aí sim teremos certeza de que existem marcianos.
E quando astronautas tiverem seus filhotes na Lua, eles serão...lunáticos?
Essas jornadas, nossas jornadas.
Sim, vamos ter parentes marcianos e lunáticos se bem que atualmente temos cada amigo que parecem viver no mundo da Lua.
Além de gênios da música e da literatura que parecem ter vindo de outros planetas, talvez aqueles visitados pelo Pequeno Príncipe.
Enfim, nossas jornadas exigem maioridade e maturidade para que vidas equilibradas não esmoreçam nas armadilhas existenciais.
E tocar o bonde...
Tocar o Fator 7...
Toca Raul...
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