Sim, claro, evidente que estou falando de Diógenes, aquele que morava num barril e sempre caminhava com sua lanterna em busca de "homens".
Aliás, se Diógenes desse uma passadinha em Brasília sua lanterna apagaria logo ao entrar no Congresso Nacional.
Não era poder o que nosso filósofo maluco beleza buscava, era o autêntico, a gentileza, a humanidade, o esplendor de âmagos puros...uma existência feliz...
A paz de um Carpe Diem honesto, almejando as palavras de Erasmo de Roterdã, "a felicidade consiste, sobretudo, em ser querer ser o se é".
Porque "querer ser o que se é" parece algo difícil?
O desfile nos palcos reflete imagens retorcidas onde a imagem vale tudo.
Porém não posso esconder, o show da vida na busca de poder exige a presença do egoísmo. E aí fico imaginando se Diógenes sentasse em minha mesa de bar.
Numa cadeira né ou talvez dentro de seu barril.
Desconfio que ele tentaria me alertar lembrando que a vida do próximo interfere na minha jornada e que justamente por isso o egoísmo não seria uma boa companhia.
Ao contrário, vai revelar e resvalar oposições onde cada um vai priorizar seus entendimentos.
O debate pode durar horas mas a lanterna do filósofo tem tempo limitado e minha arrogância está de olho na tal lanterna.
Gosto dela (da lanterna), mas parece um empecilho em algumas das minhas empreitadas.
E as concorrências, reais ou imaginárias?
Afinal preciso ser o melhor disso e daquilo para não ser visto como um fracassado.
E agora seu Diógenes?
O que faço?
Quem sabe a gente conversa outro dia, mas hoje...hoje o dia é de "luta"...
Amanhã até compro uma lanterna nova para o senhor seu Diógenes, mas hoje, hoje não vai dar ...
Minha felicidade parece que exige quesitos egoístas.
E aí o entrevero recrudesce, ora, que felicidade pode surgir se para conseguir o que quero passo por "cima" dos oponentes.
Lembra a expressão "custe o que custar".
Impossível, tal expressão não é racional, um dia a lanterna vai cobrar.
As noites de plumas acabam.
Depois não adianta chorar.
Ou choramingar para psicólogos e psiquiatras.
O próprio bullying sempre está à espreita.
Ora, a amizade sincera visualiza a lanterna que mesmo humilde, tem labaredas mágicas.
Ela sempre foi sincera...
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