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Lendo a América Latina II

Atualizado: 21 de out. de 2021

A arrogância do subdesenvolvido que sonha ser da elite, irrita qualquer genuíno latino-americano. Aquele complexo de vita-lata, que nesse caso, se agrava. As atitudes falham e se os arrogantes vivem e curtem benefícios, grande parcela apenas segue normas do capitalismo.

Já o vira-lata convicto é vira-lata mesmo. Segue o eurocentrismo e faz continência à bandeira dos EUA.

Doutrinado, consome o que mandam pois é presa de coisas pré-fabricadas e pior, ideologias opressoras consagrando às faces da repressão.

Em outras palavras, golpes psicológicos que perfazem sua identidade. Ele segue sua rotina preparada com sordidez capitalista mas não percebe, pois ela está camuflada. E lá vou eu repetir Belchior pela vigésima vez, pois sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso (os imperialistas já roubaram tudo...).

Não sou contra a riqueza, quem não quer ter dinheiro não é mesmo? condeno os métodos agressivos do capital.

E que afundam uma América Latina com golpes e sanções onde o inocente apóia, pois a mídia determina quem é do bem.

Para decifrar esses códigos, somente lendo e relendo autores latinos. Eu disse, latinos, da nossa literatura, de latino para latino.

Como Eric Willians, Enrique Dusserl, Bolivar Echeverria entre outros. Não conhece nenhum desses? Porque será? Alguns não são traduzidos para o português e são difíceis de encontrar em livrarias que estão abarrotadas de livros da Xuxa, Olavo de Carvalho, Joyce Housseman, David Coimbra, etc.

E dessa forma nossas criatividades são enterradas e vão para o ralo. A política elitizada já definiu o que é certo ou errado. E depois, se descobrirem que desviei dinheiro (caixa 2), peço desculpas e fica tudo certo pois sou do "bem", né Lorenzoni?

Echeverría denomina esse processo como "creativismo desatado", processo que regula repressões de conhecimentos com bloqueios típicos da indústria cultural.

Ficamos acuados para que o imperialismo siga caminhos do "bem". Na Bolívia, o presidente indígena Evo Morales passou por um golpe em 2019, entretanto a situação já está normalizada com a golpista presa. E ainda mais, no último mês de Agosto tentou suicídio em sua cela.

Ainda assim, a mídia maldita insiste em afirmar que houve corrupção no governo Morales (conhecemos está conversa) e o povo dominado psiquicamente aceita. Como se fosse gado.

É o tal complexo de vira-lata enraizado na cultura do brasileiro.

O termo surgiu em 1958 com Nélson Rodrigues revelando questões psicológicas atreladas no sul-americano. Como consequência vivemos humilhados, uma humilhação desde os tempos coloniais. Na primeira parte dessa sequência de temas latinos, perguntei porque o Brasil não estuda questões sobre a América Latina e aqui volto ao dilema. A filósofa Márcia Tiburi trabalha com essas temáticas nas universidades americanas e européias desde 2016 porém suas pesquisas não chegam até nossas universidades. Porque será né pessoal?

Como Echeverría diz, vivemos numa modernidade barroca, "como un destino clausurado cuya clausura abre la possibilidade de un mundo à la medida" .

Nossos caminhos estão bloqueados em mundos enclausurados com uma vida regida e determinada.

Nascer, trabalhar e morrer conforme uma existência quase sem sentido, sendo orientado por normas capitalistas e pior, imperialistas.

Trabalhando como "membro desnecessário em diversas instituições desnecessárias" como Tolstói apresenta seu personagem Ivan Ilitch. E como ele morreu.

Tolstói narrou uma vida onde devemos ser cumpridores da Lei, mas daquelas leis fixadas pela ordem superior.

E assim viveu Ivan Ilitch depois de casar com uma mulher "querida, boazinha e totalmente direita" por muitos anos e...morreu.

Uma vida configurada, esquecendo seus desejos íntimos, e se por acaso algum dia ainda sonhasse em viver sua vida, as regras gerais do capitalismo lembrariam quem ele era. Tá loko.

Lembram de Charles Chaplin em "Tempos Modernos"? Só que para o latino-americano, é pior...

Desde 1500. E agora temos uma rotina que parece uma modernidade barroca baseada no capitalismo internacional (logo eu que sou gremista). Incrível né, seguimos ideologias coloniais. E por consequência, nossa identidade Latina estraçalhada.

O capital, O dinheiro, seu poder e suas doutrinas revelam uma eficiência mágica no jogo das humilhações, ou como Márcia Tiburi diz, os "jogos da intersubjetivacão". Processos pelos quais nos "tornamos quem somos a partir do que os outros fazem conosco e do que fazemos com eles".

É Incrível o número de caminhos ideológicos que as forças dominadoras possuem. São mecanismos de todas as esferas, muitos silenciosos, outros psíquicos, além é claro dos próprios ideológicos. Já descrevi aqui dezenas de teorias da Comunicação e da Sociologia, basta ao individuo buscar suas reflexões. Enquanto ficar interessado em quem a Bruna Marquezine está namorando ou quem vai vencer o BBB, ficaremos hipnotizados. E esse é o interesse deles, da máquina cultural "opressora". Porém, não sou Ivan Ilitch e faço minha parte para desmascarar engrenagens (e roubos) imperialistas regidas pelo capital internacional. E estudando, lendo e pesquisando autores latinos...


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