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Micropoderes da Sauna

  • cocatrevisan
  • 23 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de nov.

Morei seis anos sem Florianópolis e durante este tempo frequentei um clube onde fazia sauna três vezes por semana.

A sauna tinha um bar perfeito, televisores enormes, churrasqueira, etc.

Aliás, acho que metade da turma curtia mais o bar do que a própria sauna...

Eram mesas divididas quase por classes ou ideologias e seria um ótimo local para Marx estudar representantes da pós-modernidade.

Se espantaria com cada espécime rara.

Acho que o sábio seria mais um beberrão depois de escutar cada teoria no estranho local

que...arrancaria sua famosa barba.

Sem interferência, pelo menos direta do Estado, as opiniões revelavam os micropoderes que Michel Foucault tanto descreveu em suas arqueologias.

Os poderes periféricos dançavam sobre as mesas e nesse complexo de micropoderes o baile ideológico imperava no ambiente.

Eu sentava numa cadeira próxima, porém em outra mesa, só escutando, geralmente com um ou outro parceiro,

embora amigo de todos.

Entre 20hs e 22hs as vozes fascistas dominavam os debates na esfera social onde inocentes suditos apoiavam seuas algozes. Seus sonhos eram entrar no grupo dominante...

Depois das 22hs os senhores imperadores já haviam se recolhidos para seus castelos (alguns imaginários, aliás, a maioria).

Com as cervejas e isso vinhos já fazendo suas partes estranhamente um socialismo entrava em campo embora alguns ainda teimavam taxar de comunistas.

Ainda assim os micropoderes pendiam para os "comedores de criancinhas".

Tenho certeza que Foucault iria também se divertir em nossa esfera.

Somente alguém que revolucionou o estudo da psiquiatria para entender a loucura humana.

Enquanto isso os micropoderes rolavam entre corpos semi-pelados onde os copos e garrafas se olhavam sem nada entender.

Evidente que o poder do Estado não está ali mas os micropoderes circulam de formas estranhas.

O poder de fato não existe, dizem is estudiosos, eles giram em círculos invisíveis.

Como em bares...

Como nas rodas de um cafezinho...

Como em conversas no trabalho...

Como numa...sauna...

E o micro se transforma em macro.

O inocente exemplifica o homem útil e dócil.

Infelizmente, tudo está em seu lugar...


 
 
 

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