Minha paixão pela Lagertha (Katherine Winnick) da série Vikings revelou uma traição em meus julgamentos críticos. Um traidor de suas ideologias. Estudo há mais de 40 anos a indústria cultural e sempre assisto meus seriados com uma "pontinha" crítica. Desde os chamados enlatados americanos dos anos 60 e 70 como Viagem ao Fundo do Mar, Chaparral, Kojak, Baretta, Túnel do Tempo, etc, que apesar de meu olhar crítico, lembro que assistir essas produções como entretenimento também é válido.
Lembrando que acompanhei produções com essências culturais como Vila Sésamo, Sítio do Pica Pau Amarelo e mais recente, Castelo Ra-Tim-Bum, com minha filha.
Sítio do Pica Pau surgiu em 1977, lembro bem porque nesse ano tive um acidente de moto e fiquei três meses todo engessado numa cama, pois tinha quebrado os dois braços e uma perna. Vi todos capítulos da primeira temporada (não era bem esse termo naqueles anos).
Mas voltamos a falar sobre o que interessa, as musas das séries atuais (principalmente da Netflix), como a Lagertha. Ela é uma guerreira com um corpo perfeito, linda, e com suas pernas deslumbrantes encara qualquer brutamontes. Como diz o gaúcho, é uma baita atriz, e fico sangrando com suas feridas.
Lagertha. Ai Lagertha. Uma poderosa escudeira em suas matanças. Me mata Lagertha.
E quando Floki diz num episódio que os Deuses estavam zangados com os Vikings, será que não sabe que a Lagertha é uma Deusa?
São as mulheres no poder. Desde sempre. A musa viking seguiu antecessoras como Cleópatra e Joana D'Arc e antecipou lideranças femininas de nosso tempo como Dilma Rousseff, Cristina Kirchner, Michele Bachelet na América, ou Angela Merkel na Alemanha. Na História temos Golda Meir, Indira Ghandi, militantes do povo. Não me venham com Margaret Thatcher, por favor, que enfraqueceu sindicatos e foi uma das causadoras da Guerra das Malvinas, uma conservadora implacável.
Gosto e respeito heroínas que lutaram por algo, e gosto mais ainda das atrizes e musas, que embelezam nossas séries. Como nossas musas bárbaras, se bem que o termo bárbaro pode ser discutível. Os Bárbaros eram povos que já estavam instalados no mundo romano e portanto, a expressão "invasões bárbaras" são coisas da história tradicional.
Como diz Marcelo Cândido da Silva no livro "História Medieval", mais do que uma evocação "dos séculos medievais para uma afirmação cultural ou identidária, assistimos, ao longo do século XIX e, principalmente do século XX, a usos delineados daquele período com fins politicos".
É, cabe reflexões sobre o tema.
Mas enquanto isso, vamos às pernas, ops, aos combates da Lagertha.
Como diz a poeta Willia Kátia Oliveira "pernas avançam, tornozelos e dedos e unhas cintilam animalescos".
E tem mais, ela é de "verdade". Segundo o roteirista da série, Michael Hirst, que estudou a veracidade, um drama histórico baseado na história real (apesar de Viking ter uma visão do ponto dos nórdicos).
Se Hirst não projetou um roteiro com bases fantasiosos, então a Lagertha é de verdade...uau.
Outras séries com a mesma temática são recorrentes nos canais fechados e o que não falta são belas mulheres. Nossas lindas bárbaras.
Assisti a série "Barbaren", uma produção alemã sobre uma das maiores derrotas dos romanos contra as tribos bárbaras. Um drama histórico que retrata a batalha de Teutoborgo, 9dc, também baseada na história real. Guerreiros germânicos se uniram e venceram o exército mais poderoso do mundo na época. Segundo alguns historiadores, a batalha foi tão relevante que mudou o curso da história. A personagem Thusnelda (atriz Jeanne Gousard, alemã de 24 anos) rouba cenas, assim como a Lagherta.
Baseada também numa guerreira que realmente existiu, nossa musa, com seu rosto pintado e coberto de sangue, pede para que a "mãe do fogo, mãe do sangue e irmã da fúria" estejam com ela na batalha.
Sangue digno, justo. Pois sim, existem vários tipos de sangue como sangues dos testes médicos, que poderiam comprovar se o sangue era da raça ariana ou de judeus, nos absurdos nazistas. Mas o sangue de Thusnelda e da Lagertha representa humanidade, coragem e se justifica por causas nobres. E Thusnelda está nesse grupo, além de sua beleza que paradoxalmente, tem origem alemã. Elas são as nossas musas.
Ela é ainda vidente e Odin está com ela...e eu também...
Adorei! Bom saber que defende a bravura nas mulheres.