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Nøkkens e Barbatanas

  • cocatrevisan
  • há 12 horas
  • 2 min de leitura

Em "A Ilha da Fantasia ", Karl Ove Knauskård desfila suas aventuras da Infância e do mar.

As crianças viam homens trabalhando em postes de luz subindo com botas mágicas, eram seus heróis, como conseguiam subir até lá...

Tudo era possível só não deveriam se aproximar do mar pois haviam "nokkens", monstros do mar.

Elas não entendiam porque os tais monstros só haviam ali na região onde moravam.

Eram suas "barbatanas"...

Quando tinha meus 6, 7 anos, minha mãe e meus irmãos safados mais velhos me assustavam com a tal barbatana.

Lembro até hoje "olha a barbatana atrás da janela", e pronto...congelava...

Nunca vi uma, mas imaginava um monstro com cinco metros, cabeça de cobra e um corpo sei lá do que.

Durou até meus 8 anos quando fui apresentado a outros medos.

Ah, a indústria dos medos.

Os psicólogos e psiquiatras agradecem aos garantidos clientes.

Depois Augusto Cury que se vire para contornar a vida dos infelizes.

A brincadeira pode virar um problemão, pois como Epíteto dizia não são os fatos que nos atingem mas como vamos reagir.

Um dia vou encontrar os netos da barbatana, as barbataninhas e ahhh, elas vão ver...

Raul Seixas anunciou o medo da chuva mas garantiu que "eu perdi, eu perdi, eu perdi o medo da chuva..."

E o Gaúcho que certa feita dava de relho (para quem não sabe o que é, trata-se do chicote que o bagual açoita o cavalo) já inseguro e assustado, se prepara para encarar medos e assombrações. Porém, outro Gaúcho, mais valente, gritava "não podemo se entrega pros home"...

Se somos resilientes, bom, pelo menos é o que dizem, e apesar de que nossos heróis já morreram de overdose, temos algo de Ulisses em nossos âmagos.

Nossas jornadas apresentam suas armadilhas e suas barbatanas aparecem nas esquinas e curvas sinuosas.

Elas também são resilientes.

Insistem em lembrar os gritos de Edward Munch.

Resta ao homem comum descobrir os caminhos ensolarados e se distanciar dos fogos mortos de José Lins do Rego.

Já sofri claustrofobia e sabem o que fiz, décadas passadas?

Atravessei um túnel, caminhando, no início "meio de lado", mas no final comprovei que o fim do túnel existe.

Aconteceu.

Não estou "ilustrando" o texto.

Até acho que despejei no túnel os últimos pedaços da barbatana...

 
 
 

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