Não, não estou me referindo ao livro de Dostoiévski.
O Idiota é...este autor.
Eu.
Sou eu...
Aliás, fui...
É senhores, jornalistas, muitas vezes devem seguir regras e priorizar sua região. Assim, quando um atleta de Pindamonhangaba (desculpem moradores da simpática cidade paulista) se destaca, lá vai o repórter escrever sobre o famoso morador da cidade.
Detestava, e detesto, essa valorização regional.
Sei, faz parte, mas que chatice.
Ohhh, Pedro, da pequena cidade de Novas Almas vai participar das olimpíadas estudantis em Velhas Mortas no estado da p...
Isto é jornalismo?
Mas pode piorar.
O filho do vereador está namorando famosa atriz global...aff...
E eu desejando escrever sobre as teorias da Escola de Frankfurt, das críticas culturais e estou lá, entrevistando a menina que não roubava livros.
Estudei Camus, Kafka, Sartre, Adorno, Marcuse, Pierre Bordieu, Edgar Morin, e no entanto tinha que escrever sobre uma suposta nova personalidade.
E tem mais, eu querendo denunciar falcatruas de um político que investe "pesado" no jornal onde trabalhava?
Inocente.
Mídias malditas.
Já elegeram caçadores de marajás e "mitos"...mas não se preocupem vem mais por aí. Eleitores não vão faltar.
Preferem fascistas do que professores.
E o idiota...sou eu...
Entrevistando a linda que sabia tudo mas que acabou se suicidando (caso verídico).
E o idiota...era...
Queria escrever sobre a Nova História Crítica, a Micro História, mas nunca entrevistei professores da disciplina.
Não interessava.
Os leitores queriam saber quem Regina Duarte estava namorando.
Sim, essa mesmo que recebe pensão por (não) ter filho de militar.
E o idiota sou eu...
Talvez seja.
Ei homem de Deus, acorda, ainda é tempo, alerta Zé Geraldo.
E o idiota...
Não sei mas acho que me identifico com Dom Quixote de Cervantes.
Bom, certa vez, fui mesmo.
Era estagiário de jornalismo e fui entrevistar Paula Toller no auge do Kid Abelha. Era 1986 ou 87.
As entrevistas seriam no final do show.
Enquanto isso o staff da banda ofereceu bebidas aos jornalistas. No fim, eu "prontinho" com várias doses de whiskes, corajoso, questiono o sucesso da banda que na semana anterior tinha levado quase 20 mil pessoas no ginásio do Gigantinho em Porto Alegre, o dobro que a lenda BB King tinha levado uma semana depois (ou antes, não tenho certeza).
Ela contrariada falou que a banda tinha seu valor, etc...
Eu, mais corajoso ainda, perguntei o que queria dizer "hum, eu quero você, como eu quero"...aí ela com cara de poucos amigos disse que a letra não era somente dela, era uma parceria...
Tóinnnnnnn...
Idiota...
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