Sou da última geração que ainda fazia cursinho de datilografia.
Trabalhei em redação de jornal onde o barulho das teclas gritavam através de nossos dedos.
E peguei a implantação dos computadores.
Nunca esqueço certo dia em nossa redação, uns trinta jornalistas a mil e um "silêncio" no ambiente, quando o chefe indignado gritou,"ninguém está trabalhando?".
Lembro também dos diagramadores com enormes papéis montando as páginas do jornal. Não, não sou dinossauro, isso faz apenas 30, 40 anos...
Percebem a feroz velocidade tecnológica?
O novíssimo celular já é ultrapassado.
As mudanças são diárias e dizem que mais de 80 milhões de empregos ou antigas profissões vão sumir do mapa em poucos anos.
As IA estão aí, se são boas ou ruins o tempo dirá. Porém, não tem volta.
O pavor não é novidade, há 200 anos as máquinas da Revolução Industrial anunciavam novos tempos.
Ordens e desordens seguem unidas...sem nenhuma ordem...
Engraçado, geralmente os bagunceiros oriundos das desordens ficam indignados com a esculhambação generalizada.
Vá entender...
As vezes sou saudosista mas não posso negar o fascínio de tirar uma foto no celular e ao mesmo instante enviar para minha filha e neto que moram na Bahia.
Show, fantástico.
É a tecnologia revelando futuro, presente e passado. Ora, sabemos, o passado se transforma.
Quando sinto cheiros de décadas passadas, tem dias que sinto o aroma de Tramandaí, praia gaúcha onde veraniei 50 anos. Sinto cheiro dos doces e salgados que minha mãe fazia em meus aniversários quando era criança.
As emoções do passado revivem.
E o futuro? pertence a "Ele"...
Sabendo caminhar tudo segue como as ondas do mar. Às vezes com ondas serenas, outras vezes Poseidon reinvidica seu Reino e agita as tranquilas ondas.
Assim como nossas jornadas.
Antigos viajavam de carroças, depois vieram os trens e não vai demorar para nossos bisnetos passarem um fim de semana em Marte.
Até o dia em que seremos teletransportados como faziam o Capitão Kirk e o Dr. Spock.
Que viagem.
Ah, e com paradas nas estações lunares (espero que tenham pastéis)...
Viagens atemporais, inéditas.
Viajar sem medo de ser cancelado lendo e vivendo paradoxos incríveis.
Ah, e o lápis vermelho?
Se foi...
E as máquinas de datilografia?
Foram-se...
E a literatura impressa?
Não se vá...por favor...
Até mesmo a literatura repetitiva que se insere em laptops viciados pela mesmice.
E o medo de ser excluído?
Basta deixar de ser um leitor manso e dominado.
E se o lápis vermelho comandava nossos cotidianos as redes sociais ditam fakes news.
Cuidado...
E dizer que um lápis vermelho grande era essencial num escritório e geralmente sublinhava tarefas concluídas e contas pagas...
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