O Poder do Infeliz
- cocatrevisan
- 29 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de dez.
Existe alguém mais feliz daquele que está em paz, com seus boletos pagos e não tem horário para nada?
Duvido.
Não tem poder e nem quer...não precisa...
Aliás, possui sim um grande poder...liberdade.
Quando descobrir que, às vezes, o anonimato está acima do gelo escorregadio, bom, este indivíduo terá uma bela vantagem.
Porém, esses são raros, raríssimos.
O sofrimento revela frustrações e como Freud dizia as exigências pós-modernas pressionam o infeliz.
E o (in)consciente, o ego e o superego que se virem.
Enquanto isso o infeliz acredita que o poder vai assassinar sua tristeza.
Não percebe o mal-estar que os "lucros e ganhos de um jogo, mesmo fora das roletas, ressoam em pessoas para tirar ou ganhar qualquer coisa dos outros"(Dostoiévski, "Um Jogador") não
vão assegurar nenhuma certeza.
Tolos.
Retirando dos outros...não vai dar certo...
Epiteto já dizia, "pois assim como a matéria-prima do carpinteiro é a madeira e do escultor o cobre, a da arte de viver é a vida de cada homem".
Morei dez anos em Balneário Camboriú, reduto de milionários onde dois dos maiores deles se atiraram do trigésimo, quadragésimo andar (fora outros que as mídias malditas abafaram).
Estranho...
Incoerências...
Ah, o infeliz poder.
Tinham tudo.
Porém seus cotidianos eram piores daqueles miseráveis soldados em suas trincheiras mais miseráveis ainda...
Viviam Segundas, Terças e Quartas...loucas...
Não diferente da "Terça Louca" quando
65 mil colaboradores nazistas holandeses prevendo a derrota alemã no fim da guerra fugiram para a Alemanha.
Porém, as incoerências são muitas e mesmo aquele que se considera feliz não percebe que vive orientado por uma indústria cultural que cria suas vontades.
As mídias malditas são antigas e antes da Escola de Frankfurt, teorias já circulavam para explicar como e porquê as massas dançam conforme eles, sempre eles, querem.
Uma das teorias, talvez a primeira, foi a do Espellho, onde o seu "produto é apresentado como sendo uma transmissão não expurgada da realidade, um espelho".
A teoria simplifica o papel do jornalista de décadas passadas onde suas vozes já eram quase leis.
Lembro dos anos 60, 70, quando começava o Jornal Nacional da Globo, ninguém podia falar nada em minha casa e, incrível, o cenário ainda é o mesmo em milhares de lares atualmente, apesar das redes sociais, internet, etc.
Um espelho.
E todos ficam felizes, até o infeliz doutrinado que está devendo as calças mas adora o Bolsonaro porque retirou taxas para ele que não é um suposto feliz comprador de jet-ski.
Incoerências, "a direita conservadora não compreende bem o conceito liberdade" diz Joseph Stiglitz, prêmio Nobel da economia de 2021, e aí liberdades afundam em andares subterrâneos.
A paz entra em deslizes estranhos com o feliz que está infeliz mas pensa que é feliz.
Infeliz...e controlado...
Michel Foucault descreveu os micropoderes, poderes que circulam em esferas invisíveis com flechas certeiras.
Os empoeirados nem percebem que até mesmo a liberdade não existe mais.
Tá loko.
Taí, gostei, fazia tempo que não falava das Teorias da Comunicação.
Voltarei.
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