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O Sinalzinho

  • cocatrevisan
  • 27 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Coisas de velho.

Coisas de saudosistas.

Estudei 13 anos no Colégio Santa Maria(RS) e tenho muitas lembranças com episódios inesquecíveis da infância e da adolescência.

Ah, as coisas de velho, sentimos que a idade avança quando fazemos "umas" que tempos atrás, dávamos risadas.

Numa das últimas visitas a SM fui no Colégio relembrar lugares e salas.

O campo de futebol está pela metade, a outra virou estacionamento. No interior do colégio, caminhei por antigos pátios e confirmei, o tempo, ah, o tempo é mesmo uma trapaça. Lembro que tinha 8, 9 anos e morava no edifício Augusto, quase ao lado do colégio e de lá, acreditem, escutava o sinal e descia correndo pelas escadas do edifício ignorando elevadores e chegava há tempo...tá loko...

Atualmente uma parte se transformou numa agência do Banco do Brasil e também numa visita à cidade fui no tal banco. Estava no caixa e disse para ele sair dali pois estava no meu lugar, exatamente onde sentava há 50 anos atrás.

São muitas recordações.

Adorava quando o professor Paulo La Porta(que me curte aqui...coisas da internet), de Educação Física liberava as aulas de exercício para partidas de futebol. Era o máximo.

E os outros professores?

Tinha o Pauleti de inglês, o Irmão Bruno, dizem que ainda vive, acho difícil, pois na minha época já era de idade avançada, tinha a Genoveva de Biologia, a gostosa, ops, a linda Tânia de Português, o Zeca Diabo de Matemática entre outros.

E o Cenourão? Um alemão magro, alto, voz grossa, morríamos de medo dele. Um dia o colega Zé Domingos comentava sobre o apelido do professor e não percebeu o mestre entrando na sala de aula. E o mestre ouviu...

Indignado, o professor pergunta pro Zé Domingos como era o nome dele.

Descendente de espanhóis, o colega usava sobrenomes do pai, mãe, tio, avós, e disse em voz alta, José Domingos Alvarez Alonso Gonzalez Perez. O Cenourão não perdoou e falou "que bonito nome, meu filho, pena que é de ladrão...foraaaaa".

Ah, lembrei das excursões nos finais de ano. A primeira foi para as Ruínas de São Miguel (não sabia nem que tinha pego fogo...tóinnnn), um sonho. Na segunda vez, novamente para a histórica São Miguel.

Beleza.

Na terceira vez, para onde?

Ruínas de São Miguel...ah não, de novo não...

Num outro ano, a excursão foi para a cidade de Rio Grande para conhecer o famoso museu de Oceanografia, o Porto e as praias e sabem quem estava no comando? O Cenourão...tá loko...

Lembro de mais uma, já com uns 14, 15 anos, fomos a Porto Alegre assistir show do Santa esmeralda, desta vez com a Genoveva tentando controlar os maluquinhos.

Mas vamos a história do "sinalzinho".

Foi com o professor Zeca Diabo, de matemática, aliás seu apelido teve origem porque sua voz lembrava o personagem da novela "O Bem Amado".

Numa de suas provas, diante daqueles problemas "enormes" do segundo grau, que preenchiam uma folha inteira de cálculos e regras, fiz tudo certinho, raciocínios perfeitos, mas errei o sinal na resposta definitiva, colocando negativo invés de positivo. O tal Zeca Diabo deu zero e fui tomar satisfações, "pô professor, fiz tudo certinho, fórmulas, somas, e vai dar zero só porque troquei o sinal?".

A resposta do mestre que nunca mais esqueci foi mortal: "seu Valdocir, o senhor é um engenheiro numa cidade pequena e constrói a obra da cidade, uma linda ponte na entrada", ele me olhando com aquela voz inconfundível.

Ele segue seu discurso "no dia da inauguração estão todos lá, o prefeito, os vereadores, o fazendeiro, o farmacêutico, o açougueiro, todos felizes com a apresentação da banda da cidade. Ao passar na ponte, tudo vai abaixo, seu Valdocir e quando vão te questionar, seu engenheiro de meia tigela, o senhor vai dizer que errou só o sinalzinho,"...

Olhei para ele, ele deu uma risadinha e eu fui embora com meu zero no bolso.

Ah, concordando com o mestre, claro, aquele desgraçado e inesquecível professor.

Lima Duarte que se cuide...



 
 
 

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1 Comment


Maurício Prado Becker
Maurício Prado Becker
Apr 17, 2023

Como são boas estas lembranças. Mas ao mesmo tempo dá uma saudade enorme do passado que não tem volta. Lembro de uma decisão de campeonato na oitava série em que minha turma foi campeã. 1974. Lembro do gol da vitória. De levantar a taça.

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