São tantos livros, citações e resumos que todo autor deve ser rígido em sua escrita para não ser acusado de plágio. Evidente que qualquer autor segue seu empirismo, mas ainda assim repetições são inevitáveis.
Ao escrever, o autor por regra, deve identificar suas citações das máximas dos famosos, e a partir dai, através de suas reflexões, buscar algo novo.
Não é fácil, pois além dos mestres das palavras e dos gênios da literatura, ainda existe um número expressivo de escritores desconhecidos.
Ah, e os metidos a blogueiros, cronistas e colunistas. Mas é justamente desse vasto material, através da origem de uma tese que surge uma nova teoria, que aprofunda novos conhecimentos surgindo novas teses.
Por isso, o temor do ridículo deve estar afastado dos nossos discursos.
Falem, escrevam, temos direito à nossas palavras. Nossos mestres não podem ignorar nossos conceitos.
Evidente que as regras persistem pois a decência literária exige respeito, não é mesmo?
Não me refiro apenas a teses sem fundamento, como currículos falsos que estiveram em moda em Brasília.
Falsidade é outro departamento, é burlar, enganar. O obscuro se representa diante de inúmeras teses que surgem, algumas como se fossem plágios. Porém, dessa mesma variedade de dissertações, podem surgir novos paradigmas. Apesar de certas semelhanças, podem surgir novas teses. E surgem.
O premiado filme "As Aventuras de Py", por exemplo, teve várias acusações de plágio do livro "Max e os Felinos" de Moacyr Scliar". Quem leu o livro de Scliar até identifiica correlações, porém acusar de plágio vai além. Fica difícil de confirmar as suspeitas.
Resta ao leitor atento separar o jóio do trigo. Discernir os autores originais, mesmo porque um mesmo fato pode ter dois conceitos, assim como até imagens.
Estou exagerando? O VAR no futebol comprova, pois uma mesma imagem (e com várias repetições) ainda não decide uma verdade verdadeira.
O escritor Francisco de Oliveira tem um ensaio chamado "A Paixão Tranqüila", que segundo ele próprio poderá dar origem a um plágio.
Francisco diz que se inspirou na legenda de Miterrand em sua campanha quando foi eleito presidente francês pela primeira vez.
Impressionado pela força semântica de "La Force Tranquille", Francisco de Oliveira garantiu que vai plagiar o slogan.
E eu vou copiar dele. Plágio do plágio. Nesse caso é "obrigação" plagiar, pois a genialidade é expressiva.
Entre conjecturas e hipóteses, o rumo será definido pelo individualismo empírico de cada leitor, apesar de considerar impossível plagiar o empirismo.
Será?
Muito interessante tratar dessa questão de uma forma mais leve. É melhor não nos apropriarmos tanto ao que produzimos, pois tudo se transforma. Afinal, um livro guardado a sete chaves não exerceu sua função de compartilhar conhecimento. Ter a mente abundante abre a mente, a criatividade e amplia nossos talentos de forma infindável.
Tão vasto esse conceito de plágio, e tão sutil. Ótimo texto!