"Veja a espinha da videira, o galho central, ela tem suas costelas que são esses galhos. Você pega uma faca e corta os galhos que saem da espinha da parreira.
- Corta tudo? Perguntou o menino, curioso.
- Não! Deixa sempre três ou quatro borbulhas em cada ramo.
- Mas porque a videira passa a dar mais frutos depois de cortada? Perguntou o menino Jesus.
- Quando as borbulhas explodem, renovam seus ramos para a vida continuar".
Essa parábola é usada por Augusto Cury para lembrar que renascer faz parte da vida. Os projetos do humano estão ligados à natureza. Quando pensamos que não existe mais saída, milagres acontecem. Até o suicida, embrutecido e quase cego de razão, ao cair no mar, se debate com uma força que imaginou não ter mais.
A bananeira é uma árvore singular.
Ela fornece apenas um cacho de bananas e quando seu caule é cortado, surge uma nova vida do velho e acabado cepo.
Renascer é acreditar que algo novo pode desfigurar o velho e o ultrapassado. Nesse quesito, a natureza e sua força são remédios.
Numa floresta de quatro mil anos, em Ruhe, na Alemanha, ocorre outro fenômeno estrondoso da natureza.
Árvores doentes são alimentadas por raízes de outras árvores saudáveis próximas. A distribuição e auxílio ocorrem entre as raízes e conforme o guardião da floresta, Peter Welleben, o processo ocorre através de sinais elétricos do micedio, uma rede de fungos e raízes logo abaixo da superfície do solo". É como se uma árvore cuidasse uma das outras. Se uma está doente, suas irmãs próximas socorrem através das raízes.
Em 1864, Júlio Verne escreveu a fantástica "Viagem ao Centro da Terra", uma história futurista. Era uma ficção mas Verne publicou um outro livro que previu o homem na Lua, cem anos antes da conquista em 1969. A própria geologia, relevante na obra de Verner, estava abrindo um universo de descobertas em conhecimentos específicos, matéria essencial na viagem de Verne.
A geologia a serviço de uma viagem impossível? Depois dos exemplos dos personagens de Júlio Verne e das árvores irmãs, não duvido de mais nada.
Numa conversa com seu pai, Júlio Verne disse que escrevia conforme sua imaginação, mas onde existe imaginação, pode haver esperanças e viabilidades, não é mesmo?
A cada absurdo discutido, numa reunião, por exemplo, não temos certeza definitiva do quanto esse absurdo não se transforme num fato normal. A tolice de hoje pode ser idolatrada amanhã.
A morte pode não ser o fim.
Schopenhauer, considerado por muitos o filósofo do pessimismo (tese que discordo) disse que a morte é o grande reservatório da vida, "O começo religa ao fim", afirmou.
Quem não gostaria de ser uma bananeira, ou uma videira ou ainda uma árvore da floresta de Ruhe ou até mesmo uma raiz...para socorrer um familiar ou amigo próximo...
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