Já escrevi algumas vezes sobre a Teoria da Complexidade de Edgar Morin e algumas pessoas me perguntam sobre do que se trata.
Edgar Morin, sociólogo francês traz uma constelação de rupturas na Educação e Sociologia. Rompeu com conceitos simplistas e proporcionou novos pensamentos pedagógicos com possibilidades de novos contextos e enredos incluindo a família, sociedade e professores.
Michel Foucault também nos alertou que somos vigiados e punidos por instituições modernas como escolas e quartéis. Morin ao perceber que nossas escolas e universidades estão em crise e formam profissionais em cegos políticos, traz novas interações de disciplinas divergentes. Ele busca o confronto e união entre História e antropologia, Geografia com Biologia, Psicologia com Educação e assim em diante. Afastar o especialista tradicional e avançar pensamentos em nossa diversa aldeia global. No livro "Edgar Morin em Foco", entre vários ensaios, Edwy Plenel diz que "na realidade, questionar novamente o acontecimento é questionar as disciplinas, desordenar suas separações e embaralharar suas fronteiras". Muito assunto teríamos sobre Morin e, assim como disse sobre a Indústria Cultural, voltarei a escrever gradativamente sobre o estudioso francês.
Por ora, vale destacar que, nesse mesmo livro, Alfredo Pena-Vega disse que "a modéstia diante da infinita complexidade do mundo real"...comprova as incertezas dos céticos. Com seus métodos, Morin unifica disciplinas antagônicas.
O pensamento complexo mostra que nossa Educação caminha por incertezas e mesmo passando por avanços tecnológicos, atravessamos rambem por inseguranças típicas Da sociedade líquida, como diria Baumman.
Caminhamos contra o vento sem lenço e sem documento, mas mesmo diante do caos, Morin com seu humanismo lembra "que se estamos perdidos em nessa condição humana, não se trata, porém de buscar a solução, mas de procurar o desenvolvimento da hominizacao".
Caminhos existem e a Teoria da Complexidade corre na unificação das disciplinas, processos históricos e civilizatórios.
Conforme Morin qualquer atividade de um sistema vivo é guiada por uma tetralogia que envolve relações de ordem, de desordem, de interação e de reorganização. Estamos em desordem. Basta ler o artigo do Krenak O amanhã não está à venda. Disponível em http://www.zendobrasil.org.br/wp-content/uploads/2020/04/Ailton-Krenak-O-amanha%CC%83-na%CC%83o-esta%CC%81-a%CC%80-venda-1.pdf-1.pdf. Morin chamou isso de Tetragrama Organizacional.
Trabalho com meus estudantes com a publicação Os sete saberes para a educação do futuro de Morin que dizem respeito aos setes buracos negros da educação, completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. São eles: O conhecimento, o conhecimento pertinente, a identidade humana, a compreensão humana, a incerteza, a condição planetária e a antropo-ética.