Quantas frases não gostamos de ouvir. Quantas palavras ferem nossas almas e não queremos escutar. Afinal, quem é o doente?
Eu ou aquele que mira suas palavras com toda força em minha direção? Se sou o doente, pode ser que não esteja disposto a me tratar.
Pode ser ainda que o agressor seja mentiroso e mesmo que suas frases sejam verdadeiras, quem tem a certeza de dizer a verdade?
Posso não querer dar créditos às verdades do outro, pois sempre priorizo o ceticismo. Meu subsolo é meu e de mais ninguém, eu defino o caráter dele.
Desde que na pior das crises não caia do abismo, tudo certo, amanhã é outro dia. Tô gostando da discussão. Se cada um tem suas crises ou "podres", cravados em suas almas, acho que ninguém tem direito de jogar pedras na Geni só porque ela dá pra qualquer um...
Os subsolos humanos, existem, estão lá. Porém, se alguns buscam a cura, outros não estão interessados em nenhuma teoria (Belchior). Se alguns possuem o belo e sublime, outros não estão nem aí...nem aqui.
Dostoiévski dizia que "quanto mais consciência eu tinha do bem e de tudo o que é belo e sublime, tanto mais me afundava em meu lodo".
Em nossas jornadas, viajamos em estradas perfeitas ou vemos somente lamas. São as contradições do mestre russo quando ele lembra que até um homem honesto pode ser um indivíduo estúpido. A temática de hoje pode ser baixo "astral", mas meu objetivo almeja reler nossos subsolos para subir qualquer montanha, até as mais ásperas. Entender que somos seres de carne e osso e que os doentes estão presentes em todos os lugares e instituições, basta ver nossos representantes políticos. Aqueles de Brasília. Tá aí um exemplo de doentes que não querem se tratar...
Não tem jeito, resta enfrentar nossos fantasmas e temos que ouvir, todos, às vezes, palavras que não queremos ouvir.
São nossas relações humanas, às vezes amáveis, às vezes dolorosas.
E casar com o discernimento, apesar de que, em muitas situações, sempre haverá aqueles que querem ver nossos rostos enterrados em qualquer tipo de subsolo.
São as difíceis relações humanas e suas discórdias, pois quem já não brigou com seu irmão, família ou amigos. Tem ainda as brigas comerciais, a ferrenha concorrência do homem que é o lobo do homem.
Quem está por cima quer ver o já infeliz enterrado no subsolo dos subsolos. Viva o capitalismo.
E daí ainda vem um simpático me agredir com palavras simplesmente porque acha que tem o direito? Tá loko.
Eis nossos cotidianos, uma paródia, um humor engraçado (ou sério), e Dostoiévski deita e rola com seus paradoxos. Geniais paradoxos.
Ele questiona, por exemplo, nosso tempo terrestre, dizendo que viver mais de 40 anos seria indecente mas ele próprio quer viver 70, 80 anos. Com ou sem subsolos.
Aliás, convém ressaltar que existem vários tipos de subsolos, o que interessa é você estar em paz.
Não adiantar morar numa bela cobertura de frente para o mar se a tristeza estiver presente. A cobertura seria um genuíno subsolo.
Busquemos então vontade e liberdade, às vantagens das vantagens, onde até a razão deve ser questionada, pois se tudo for racional, com certezas matemáticas, talvez nossos desejos percam suas essências. Ora, se tudo estiver na mais perfeita ordem, vamos almejar o quê?
Incrível, os subsolos além de fazer parte de nossas existências em seus momentos difíceis...são necessários...
Muito bom e verdadeiro. Parabéns !
Excelente texto. Poesia pura. Parabéns!