"Sou Deus, de modo que, se quereis mudo já isso, fareis da tragédia uma comédia e exatamente com os mesmos verbos", disse certa vez Netuno lembrando palavras de seu pai, Júpiter, o todo-poderoso.
Pois é, os jogos de linguagens de Wittgeinstein são antigos, vejam só, com as mesmas palavras passar da tragédia para o cômico.
Não tinha hábito de ler livros de peças teatrais mas minha filha estudou Artes Cênicas e volta e meia estou lendo seus "polígrafos" de sua graduação e mestrado.
Assim descobri(tarde, muito tarde) Samuel Beckett além de outras feras gregas.
E lá está o hoje que para Raul Seixas é apenas um ponto no futuro e também as tragédias e comédias da sociedade do atual século.
Escrevi este texto depois de ficar até às 2h da madrugada assistindo a entrega do Grammy e meus amigos, acho que não entendo nada de música.
Ver um Rap como a melhor música do ano, tá loko...
Respeito o Rap como movimento cultural afro mas não curto seu estilo musical.
Sou de outra esfera, amigo de Bob Dylan, Rolling Stones, Led, Elvis, Beatles, Raul, Zé Ramalho, Belchior...
E por aí sigo "caminhando e cantando".
Depois de passar 2h vendo lindinhas "cantando", entram Stevie Wonder e Herbie Hancock para salvar a noite.
Adoraria ver Júpiter dando suas pitadas lançando raios pois já apavorado gritei...toca Raul...
Mas como a vida segue, na nova manhã fui escutar "A Manhã de Peer Gynt"(Grieg) para esquecer a tragédia da noite anterior.
Bom, aqui é um desabafo de um blogueiro jornalista, não sou especialista em música mas, rap, e com acrobacias das cantoras...
E assim as tragédias ficam engraçadas e agora quero dizer o contrário do que disse antes, quem sabe assim posso entender algo.
Enquanto isso Júpiter assume a fisionomia do Anfitrião para amar a esposa do verdadeiro anfitrião.
Safado.
Mas a vida do pilantra vai complicar pois o verdadeiro anfitrião está retornando da guerra e agora não sei se choro ou dou risadas, exatamente como estava ao ver o Grammy.
E para completar meu dia 2 de Fevereiro de 2025 um, agora ex-amigo, de Santa Maria me acha no facebook para me taxar de comunista e idiota.
Tá loko.
É, os violentos fascistas ainda estão por aí mas eu, "Eu ainda estou aqui" e nem respondi, apenas deletei o pobre rapaz latino-americano.
Daí lembro do "O Idiota" de Dostoiévski. Será que o ex-amigo já ouviu falar do autor russo?
Não né, ora, russo, comunista...
Que tragédia...
Que comédia...
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