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Epicuro, com Moderação

  • cocatrevisan
  • 20 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Muitos que me seguem em meu blog, acham que Schopenhauer é meu filósofo preferido. É verdade que cito suas obras com frequência, mas meu filósofo de cabeceira é Epicuro(341-270ac).

Em minha apresentação no facebook, me afirmo como representante do epicurismo. Ele é o filósofo do prazer, aquele que busca o encontro entre coração e mente. Epicuro fundou sua escola, depois de comprar um terreno, e ali, ensinava seus discípulos em aulas ao ar livre, em seu famoso Jardim. Seus ensinamentos cravavam que para alcançar a felicidade, a moderação era regra básica. A ética epicurista propõe o prazer como valor máximo, porém, para viver com tal objetivo, e ainda evitar dores como consequências de excessos, toda vida deveria ser regrada, sem

exageros. Prazerosa, mas com restrições.

Para Epicuro, seria necessário evitar aquela obsessão pela necessidade, pela ganância de bens ilusórios, aquelas medidas que priorizam a riqueza.

A busca desenfreada por "essas" riquezas, só traria falsas alegrias.

No Jardim de Epicuro, ficaríamos mais próximos de um equilíbrio interior, de uma alma tranquila e as dores e sofrimentos estariam ausentes, um mar sereno.

Suas essências miravam um prazer de prudência e justiça. Nesse sentido, Epicuro insiste na distância dos excessos, dos vícios e da devassidão. Evidente que muitos concordam, o problema é que poucos seguem.

Tenho esse drama, quando à noite em casa vou degustar um ótimo vinho. Enquanto estou no "primeiro" vinho, sinto prazer na alma, no corpo, na cabeça...deveria ser suficiente, para acordar radiante no outro dia.

E é aí que surge meu impasse com meu amigo Epicuro. Insisto em prolongar minha felicidade e busco o "segundo" vinho. Insisto na degustação pecadora da gula.

Porque exagerar?

Me responda Epicuro!

Como ele não responde, sigo minhas jornadas...

Mas lembro que o mestre afirmou que "dentre os desejos, alguns são naturais e necessários (primeiro vinho), outros naturais e não necessários (segundo vinho), e outros ainda, nem naturais nem necessários. Que dilema, amigo.

Outra polêmica do epicurismo se revela na religiosidade. Estudiosos acusam Epicuro de ser ateu. Pode até ser verdade quando ele afirma que após a morte, não existe mais nada. Porém, assimilo este ensinamento como não temer a morte. Ora, se a morte é inevitável, é certo que ao estarmos vivos, ela não nos atinge, e ao morrer não vamos sentir, pois ela não existe. Assim, defino minha espiritualidade com certo viés. Aceitando que a morte não existe. Mas como Jesus é meu amigo, vou prosseguir conforme Ele determinar.

São esses conceitos que me fascinam no epicurismo. A doutrina da filosofia afasta temores que perseguem os indivíduos, inclusive os imagináveis. E, se temos apenas uma vida terrestre (é no que acredito, respeitando outras doutrinas), então essa vida prática deve ter total preocupação.

Talvez, seja nesse momento que insere-se a amizade, outro ponto fundamental no epicurismo. "A sabedoria que proporciona a felicidade de toda nossa vida, a mais importante, é a posse da amizade" conclui Epicuro.

Observamos essa afirmação quando estamos rodeados de amigos e amigas no futebol, no grupo do bar, do Facebook, e até no trabalho.


 
 
 

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