A história muda e se transforma.
A arqueologia e antropologia trazem novos conceitos com suas fantásticas descobertas. Alguns que seguem este blog perguntam como a História pode mudar.
Ora, novos conhecimentos como uma xícara com duas alças sugerem civilizações peculiares e a Nova História Crítica visualiza outras verdades com seus olhares aguçados.
E tem ainda a microhistória que revela a história do homem comum e não apenas de grandes personagens. Agora o soldado tem voz assim como seus generais.
O micro exigindo sua parte no macro.
Eu e você fazemos parte do todo.
Legal não é mesmo?
Estamos lá e não vamos permitir ser deixados de fora. O pequeno, a partícula, as "coisinhas" recrudescendo processos.
O muro de Berlim era poderoso mas o sonho de todos era penetrar em suas pequenas entranhas.
Peter Burke garantiu que a microhistória "buscava uma reação contra um certo estilo de história social que seguia o modelo da história econômica empregando métodos quantitativos, retirando especialidades de certas culturas".
Se nosso hábitos mudam, lógico que a história se agita.
Meu tataravô se alimentava de forma estranha, (para não dizer sem uma higiene adequada), pois não haviam talheres e com o surgimento de garfos e facas, evidente que toda sociedade cria novos costumes. Norbert Elias demonstrou tais processos.
Dessa forma as "novas" histórias recriam e revelam seus processos com milhares de pesquisas. O próprio Burke recomenda uma lista com mais de 200 livros com histórias de hábitos, sons, identidades...
Na década de 1990 a cultura tornou-se disciplina obrigatória na Rússia com realce em sua complexa identidade.
Vejam a relevância da temática.
E se em 1930 o sociólogo húngaro Karl Mannheim pesquisou a mentalidade dos alemães, não seria o caso de estudar seguidores de falsos mitos?
Quando minha filha estava na sétima série do Primeiro Grau sua escola trabalhou com a Nova História Crítica (tenho seus livros até hoje, são ótimos para pesquisa), uma história que rebate a História Tradicional.
Suas reflexões desmontam chavões tradicionais e aí descobrimos quem foram os verdadeiros "heróis" Bandeirantes.
Alguém pode me dizer onde fica a avenida Saci Pererê?
Ou a rua Xavante?
Ou o edifício Sepé Tiarajú?
Difícil, porém todos conhecem o monumento e a rodovia dos famosos assassinos de índios, os heróis Bandeirantes.
Escravizavam até crianças.
Eis nossas histórias.
Seus paradoxos.
Nossas controvérsias.
E mesmo concordando com as "Loucuras" de Erasmo de Roterdã, acho graça daqueles que brigam com conceitos religiosos mas não cansam de dar livretos de orações de presente.
A complexidade das Histórias Culturais permeiam a História Crítica, a Microhistória e desafiam imagens icônicas da História Tradicional...
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