Il Grito del Popolo
- cocatrevisan
- 27 de ago. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de ago. de 2022
Peço permissão para usar emprestado o título do seminário socialista onde Antonio Gramsci começou a escrever, para dizer que muitos seguem os gritos do povo na luta contra a hegemonia cultural, conceito consagrado pelo escritor italiano que corrobora com meu tema predileto, a indústria cultural.
A dominação cultural que reflete ideologias impostas inseridas no cotidiano e que determinam hábitos e costumes sempre favorecendo o maior.
Eis a famigerada indústria de culturas.
E enquanto eleitores não perceberem (para alguns isso nem interessa), como somos empurrados por "hegemonias", o baile vai seguir nas rodas enfeitadas dos senhores, acreditem, de engenho...do século XXI...
Ainda que fazemos parte do rebanho (ops, eu não e sei que quase todos que curtem meu blog também não), mas a verdade é que o número de pessoas que não percebem ou não conhecem as armas desses processos ainda é muito significativo.
Numa recente pesquisa, somente no Rio Grande do Sul, um estado considerado politizado e com bom nível cultural, 48% das pessoas não costumam ler ou comprar livros. É muita gente.
Como Antonio Gramsci dizia "Benedetto Croce tem razão, só vamos mudar este país a partir da cultura".
A esperança é a mudança política no Brasil em 2022/23 pois o atual (des)governo sabota a Educação e afeta disciplinas como filosofia e sociologia nas escolas e até mesmo nas universidades.
Porque será?
Percebem o sucateamento cultural?
E nós que fazemos parte dessa massa que faz parte do futuro(?) como fica?
Ehh vida de gado...
E vivemos como um povo marcado , mas se a mídia maldita diz que somos felizes é porque somos felizes. Deu na Globo e na Jovem Pam.
Tolos.
Não, não sou eu que digo, é o visionário Zé Ramalho há 40 anos passados e viajo no táxi lunar enlouquecido com sua sabedoria. Aliás, acho que Zé Ramalho seria um grande colunista no il grito del Popolo não é mesmo? Não disse, viajei no táxi lunar.
Retorno à Gramsci e sua esperança na humanidade socialista com suas críticas ao capital e seus processos de dominação.
Ele cresceu vendo a probeza do Sul italiano e se indignava com seus compatriotas continentais do Norte da Itália. Gritava em seu periódico com a exploração do homem pelo homem.
Il Grito Del Popolo.
Gritos de alguém preso na masmorra, adormecido, mas com réstias de esperança.
Gritos como alguém que está no escuro tateando portas fechadas.
Gritos implorando justiças sociais.
Como Rosa Luxemburgo escreveu numa carta para Franz Mehring em 1916 alegando que o socialismo não é um problema de "comer com garfo e faca mas um movimento de cultura, uma grande e poderosa concepção do mundo".
Ninguém quer invadir terras alheias como propagam os anti-socialistas com apoio das mídias malditas.
Queremos sim alertar facetas inverídicas como Gramsci diz: "o fascismo usa a pequena burguesia urbana e rural para atacar operários e camponeses e defender indústrias e latifundiários" e com reforço das Globos, Jovens Pans, etc.
Nesse sentido os gritos dos povos enfrentam a passividade desejada pelo "clero" dominante. A máscara das doutrinas ocultas que desenham ideias pré-concebidas.
A desumanidade do capital.
Nestor Johan em seu livro sobre Gramsci lembra que o humanismo é todo pensamento que insere em sua essência os seres humanos, porém o sujeito não é mais o burguês individual, e sim coletivo onde os trabalhadores formam esse comboio.
E apesar de tudo, não sou um radical crítico do capitalismo, condeno injustiças impostas com desumanidades fatais.
E para enfrentar tais perigos e revelar as transparências das malditas máscaras, reforço o coro de Gramsci...Il Grito Del Popolo...sempre...
Infelizmente, ser humano é humanista nesse rol de vaidade está bem complicado...é muita máscara e vaidade.
Há muito tempo que a leitura não é estimada nas escolas e as universidades são só minadas de livros técnico. No meu tempo, e poe tempo nisto, a leitura e fazer resumo dos livros era parte da educação. Foi este costume que me fez pegar gosto pela leitura desde a adolescência. Pena que parou