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O Eterno Retorno de cada um

  • cocatrevisan
  • 1 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de nov. de 2021

Não sou fã de Nietzsche (que pretensão), mas tenho vários livros dele em minha biblioteca e sempre estou relendo suas obras. Ninguém pode negar sua genialidade, porém sua vida atribulada e suas neuroses me confundem diante tais entrelaçamentos existenciais e sua literatura. Com seus tratados e jogos de linguagem, Wittengeisntein também me deixa "paranóico ", mas elas me elevam. Estudei um semestre inteiro apenas ele, entendia, não entendia, entendia, não entendia e assim fui até o fim, entendo, mas não compreendendo.

Posso não entender o enigmático Wittegeinstein, mas lendo suas investigações, percebo que suas palavras fazem sentido. Não sei exatamente onde, mas elas penetram no espírito e na alma e saio da minha menoridade, como diria Kant. Seu cerne era a linguagem, seus jogos e semânticas poderiam, segundo ele, resolver questões filosóficas. Mas em compensação, ele afirmou também que um dos objetivos da filosofia era não chegar a lugar nenhum...

Também não imagino o que os dois filósofos tinham em mente, mas sei o que eu tenho na minha mente, o meu empirismo. Tudo pode ser retirado de qualquer indivíduo, mas talvez uma de suas últimas liberdade, em qualquer circunstância de sua vida, seria definir os seus próprios caminhos.

O próprio Nietzsche disse em Humano, Demasiado Humano, que devemos ter domínios sobre nossos prós e contras para aprender a agarrar ou dispensar nossas prioridades. Entre prós e contras, chego a teoria do Eterno Retorno, onde Nietzsche diz que nossas ações do presente voltarão inúmeras vezes em nossas vidas. Procurar o algo superior então, é essencial no cotidiano, e o melhor seria buscar o super homem do próprio Nietzsche.

Em 1881, ele caminhava num bosque da Suíça quando a idéia veio em sua mente. Ele disse que "esta vida que você vive agora, e que viveu, você terá que viver uma e outra vez, um sem número de vezes, e não haverá nada de novo nela, mas cada dor, alegria, pensamento e suspiro, todos os mínimos e grandes eventos em sua vida devem retornar a você, e tudo nas mesmas séries e sequências".

Se for assim, então deveríamos respeitar ao máximo uma vida reta, digna, sempre buscando nossas superacões. Quem não gostaria de reviver suas alegrias, mas as dores também? Não desejo e não quero.

Quero um Crepúsculo dos Deuses com plena maestria e se "a velha verdade está chegando ao fim", como o próprio Nietzsche diz, proponho um eterno retorno digno de poucos sofrimentos.

Vejam bem, não estou questionando a genialidade do filósofo alemão, sou apenas um rapaz latino-americano que não quer reviver suas dores e frustrações. Entretanto, cada indivíduo tem sua visão e opiniões antagônicas, e calar-se não seria um recurso apropriado.

Nietzsche disse certa vez que "a maneira mais desprezível para duas partes resolver suas polêmicas seriam zangar-se e calar-se, pois o agressor interpreta geralmente o silêncio como um sinal de desprezo".

Estou apenas reivindicando os meus direitos. Afinal, o retorno ou o não retorno é meu...e que cada um busque o seu...


 
 
 

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2 Comments


mahhct
Jun 03, 2020

Gostei muito do texto!

Achei interessante a parte do texto que você argumenta sobre as palavras de Wittegeinstein: "Não sei exatamente onde, mas elas penetram no espírito e na alma e saio da minha menoridade, como diria Kant."

Como pesquisadora de dança, ao ler essa frase, me lembro de Spinoza e suas teorias a respeito da Alma e da não dualidade entre corpo e mente. Posso dizer, que ao acontecer tal fenômeno descrito na citação acima, vejo claramente a existência de um Afeto nesse lugar onde não se sabe bem onde. Sobre esse processo de afecção, Spinoza discorre "é uma ídeia confusa pela qual a alma afirma a força de existir de seu corpo, ou de uma parte deste, maior…

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mahhct
Jun 03, 2020

Gostei muito do texto!

Achei interessante a parte do texto que você argumenta sobre as palavras de Wittegeinstein: "Não sei exatamente onde, mas elas penetram no espírito e na alma e saio da minha menoridade, como diria Kant."

Como pesquisadora de dança, ao ler essa frase, me lembro de Spinoza e suas teorias a respeito da Alma e da não dualidade entre corpo e mente. Posso dizer, que ao acontecer tal fenômeno descrito na citação acima, vejo claramente a existência de um Afeto nesse lugar onde não se sabe bem onde. Sobre esse processo de afecção, Spinoza discorre "é uma ídeia confusa pela qual a alma afirma a força de existir de seu corpo, ou de uma parte deste, maior…

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